domingo, 7 de janeiro de 2024

Hoje na História do Mundo: 7 de Janeiro

LUAS DE JÚPITER

    Em 1610, o filósofo, astrônomo e matemático italiano Galileu Galilei, inventor do telescópio, descobre quatro luas de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, e muito mais estrelas do que era visível a olho nu.

Galileu nasce em Pisa em 15 de fevereiro de 1564. Filho mais velho do músico Vincenzo Galilei. Nos anos 1570, a família vai para Florença. Em 1581, ele entra para a Universidade de Pisa para estudar medicina, mas se apaixona por matemática. Sai em 1585 sem se formar.

Durante anos, dá aulas particulares de matemática em Florença e Siena. Nesta época, ele pensa numa nova forma de equilíbrio hidrostático, entre a força da gravidade que atrai para dentro de uma estrela e força resultante da diferença de  e começa a estudar o movimento. Em 1588, candidata-se a professor de matemática na Universidade de Bolonha, mas não consegue a vaga. Em 1589, vira professor da Universidade de Pisa.

Ao jogar objetos de pesos diferentes da Torre Inclinada, derruba a tese de Aristóteles de que a velocidade de queda dos corpos depende do peso. Acredita mais nas ideias de Arquimedas. As críticas a Arquimedes o torna impopular entre os colegas e seu contrato não é renovado em 1592. Vai então para a Universidade de Pádua, onde leciona de 1592 a 1610.

Suas descobertas com o telescópio levaram à aceitação da teoria heliocêntrica do astrônomo polonês Nicolau Copérnico de que o Sol é o centro do Sistema Solar e a Terra orbita ao redor do Sol. Por ir contra a teoria geocêntrica de Ptolomeu, é processado pela Inquisição.

Em 1613, hierarcas da Igreja Católica começam a ficar alarmados pelo apoio de Galileu às ideias de Copérnico. No primeiro julgamento, em 1616, Galileu é condenado a "abster-se completamente de ensinar, defender ou discutir sua doutrina" e a "abandonar completamente a opinião de que o Sol fica parado no centro do mundo e a Terra se move e, doravante, não mantê-la, ensiná-la ou defendê-la, oralmente ou por escrito."

Em 1624, o papa Urbano VIII o autoriza a escrever suas teses, mas alerta para pegar leve com a teoria de Copérnico.

Com a públicação de Diálogo a Respeito dos Dois Principais Sistemas Mundiais, Ptolomaico e Copernicano, em 1632, Galileu é processado por heresia pela Inquisição e condenado à prisão perpétua em 1633. A pena é comutada para prisão domiciliar, em que ele fica até a morte, em 8 de janeiro de 1642.

Ele teria se retratado ao falar sobre a Terra, "no entanto, ela se move", não tem comprovação histórica.

O Papa João Paulo II reabre a questão em 1979, mas a Igreja Católica reluta em aceita a verdade científica. Em 15 de fevereiro de 1990, em pronunciamento na Universidade La Sapienza, em Roma, o cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, cita teólogos para dizer: "A Igreja no tempo de Galileu esteve mais perto da razão do que o próprio Galileu, e levou em consideração também as consequências éticas e sociais dos ensinamentos de Galileu. Seu veredito contra Galileu foi racional e justo, e a revisão deste veredito só pode ser justificada com base no que é politicamente oportuno."

Na época, o cardeal Ratzinger era prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, o departamento mais antigo da Cúria Romana, a antiga Inquisição.

Em artigo no jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano, em 4 de novembro de 1992, João Paulo II admitiu o erro da Igreja: "Graças a sua intuição como um físico brilhante, e com base em diferentes argumentos, Galileu, que praticamente inventou o método experimental, entendeu por que o Sol poderia funcionar como centro do mundo como era conhecido então, isto é, do sistema planetário. O erro dos teólogos daquele tempo, quando mantiveram a centralidade da Terra, foi pensar que nosso conhecimento da estrutura física do mundo era, de alguma forma, imposto pelo sentido literal da Sagrada Escritura." 

CAI REINO DO TERROR DE POL POT

    Em 1979, dias depois da uma invasão vietnamita, cai o regime terrorista do ditador Pol Pot, do Khmer Vermelho, responsável pela morte de 1,5 a 2 milhões desde que tomou o poder no Camboja, em 16 de abril de 1975, duas semanas antes do fim da Guerra do Vietnã, quando o país é bombardeado pelos Estados Unidos.

Desde os anos 1960, o Khmer Vermelho sonha em criar uma sociedade comunista primitiva, um maoísmo radical, uma sociedade agrária sem qualquer resquício do colonialismo ocidental, a partir de um Ano Zero.

Em 1970, um golpe militar apoiado pelos EUA derruba o rei Norodom Sihanouk, o Príncipe Vermelho, e leva ao poder o general Lon Nol, que governo até o Khmer Vermelho tomar o poder.

Durante a Guerra do Vietnã, os EUA bombardearam sistematicamente a Trilha de Ho Chi Minh, usada por guerrilheiros e soldados do Vietnã do Norte para atacar o Sul passando por território cambojano. O ataques aéreos com bombas incendiárias e armas químicas desfolhantes desestabilizaram o Camboja.

ATAQUE AO CHARLIE HEBDO

    Em 2015, extremistas muçulmanos atacam a redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, e matam 11 jornalistas, em protesto contra a publicação de caricaturas do profeta Maomé, e um policial que atende à ocorrência é fuzilado pelos terroristas em fuga.

O Charlie Hebdo tem um histórico de desafio à religião na França, que é um Estado laico. Em 2006, republica as caricaturas do profeta que saem no jornal dinamarquês Jyllands-Posten. É alvo de um ataque a bomba em 2011 depois de publicar uma edição com o título Sharia Hebdo, ironizando a charia, a lei corânica.

O diretor do jornal, Stéphane Charbonnie, grande crítico da religião e do fundamentalismo islâmico, entra na lista de alvos da rede terrorista Al Caeda em 2013.

Dois irmãos franceses de origem argelina, Chérif e Saïd Kouach, ligados à rede terrorista Al Caeda, cometem o atentado, fogem e morrem em tiroteio com a polícia nos arredores de Paris dias depois. Uma policial negra é morta no mesmo dia na capital francesa.

Três dias depois do ataque ao jornal, Ahmed Coulibaly, que jura lealdade à organização terrorista Estado Islâmico, toma um supermercado de comida kosher em Paris e mata quatro pessoas, todas judias, antes de ser morto pela polícia.

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