O jovem e inexperiente presidente do Equador, Daniel Noboa, declarou guerra às máfias do tráfico de drogas e decretou estado de emergência por 60 dias e botou o Exército nas ruas em meio a uma onda de motins em prisões, com a fuga do maior traficante do país, José Adolfo Macías Villamar, o Fito. Em menos de uma década, o Equador, que era considerado um oásis de paz, se transformou num narcoestado.
Vizinho dos maiores produtores de cocaína do mundo, a Colômbia e o Peru, com uma economia dolarizada, o que facilita a lavagem de dinheiro, o Equador se tornou a principal porta de saída da droga para os grandes mercados consumidores da Europa e dos Estados Unidos.
Um alerta soou na campanha eleitoral do ano passado, quando o jornalista e ex-deputado Fernando Villavicencio, que defendia um combate mais duro ao narcotráfico e à corrupção foi assassinado.
Sem poder financeiro nem de fogo para enfrentar máfias ligadas aos grandes cartéis do tráfico mexicanos, o Equador deve seguir o modelo do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que suspendeu as garantias constitucionais e democráticas para combater as gangues e se apresenta como "o ditador mais legal do mundo".
NOTA: Não falei na gravação, mas lembrei depois. Em 10 de maio de 2022, o procurador-geral do Paraguai Marcelo Pecci foi assassinado quando estava em lua de mel numa praia da Colômbia. Entre os principais suspeitos, estava o PCC. O Paraguai é outro país pequeno e relativamente pobre, sem força suficiente para enfrentar as máfias do crime organizado.
Um comentário:
Então, hoje é um dia que se lembra a injustiça reparada, ainda que tardiamente.
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