Duas explosões em 15 minutos mataram pelo menos 103 pessoas e feriram outras 211 em Carmânia, no Irã, onde milhares de pessoas homenageavam o general mais importante da história da República Islâmica, morto há quatro anos num ataque dos Estados perto do aeroporto de Bagdá, no Irã.
O general Qassem Suleimani era o comandante da Força Quods, braço armado da Guarda Revolucionária Iraniana, responsável por mais de 60 milícias no Oriente Médio. Ainda não se sabe se o ataque tem relação com a guerra entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
O presidente linha-dura do Irã, Ebrahim Raïsi, acusou Israel e os EUA, mas não apresentou indícios de autoria nem das motivações do atentado, que não tem as características dos ataques israelenses contra a ditadura teocrática iraniana. Os EUA e o jornal libanês L'Orient-Le Jour sugeriram que o grupo terrorista Estado Islâmico pode ser responsável.
Em pronunciamento em homenagem ao general Suleimani, o líder da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), xeique Hassan Nasrallah, prometeu represálias pela morte do vice-líder do Hamas, Saleh al-Arouri, num ataque de Israel a Beirute na terça-feira. Advertiu que a morte "não ficará impune" e ameaçou Israel com uma luta "sem limites" se levar a guerra ao Líbano, indicando que não vai iniciar uma guerra total.
Israel e o Hesbolá trocam fogo de artilharia desde o início da guerra, num conflito de baixa intensidade em que mais nove milicianos do grupo morreram nas últimas 24 horas. Os esforços diplomáticos com o governo interino do Líbano para afastar o Hesbolá da fronteira com Israel estão agora fora de questão.
As negociações com o Hamas para trocar reféns israelenses por presos palestinos estão paralisadas por causa do assassinato de Al-Arouri.
Em 89 dias de guerra, 22.313 palestinos foram mortos e outros 57.296 foram feridos na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas. No ataque a Israel que deflagrou a guerra, em 7 de outubro, 1.139 pessoas foram mortas.
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