Antes do impacto da epidemia do novo coronavírus, a maior economia do mundo criou mais 273 mil vagas de emprego, superando a expectativa do mercado, revelou hoje o relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. A taxa de desemprego recuou de novo para 3,5%. É a menor em 50 anos.
O dado de janeiro foi revisado para cima, de 225 para 273 mil, o mesmo de fevereiro. Os economistas esperavam um ganho de 175 mil postos de trabalho e a manutenção do índice de desemprego em 3,6%. Os salários cresceram a uma taxa de 3% nos últimos 12 meses, um pouco abaixo dos 3,1% registrados em janeiro.
Este resultado surpreendente agradou sobretudo ao presidente Donald Trump, que luta pela reeleição em 3 de novembro. É um dos melhores relatórios de emprego, mas sua influência positiva está sendo neutralizado pelo temor dos investidores diante da epidemia do novo coronavírus.
"É relevante no sentido de mostrar que a economia dos EUA estava robusta antes, mas não diz nada sobre o futuro", comentou Gregory Daco, economista sênior da empresa Oxford Economics. Michelle Meyer, diretora de EUA na corretora Bank of America Securities, considera uma indicação de que a economia tem mais condições de absorver o choque de uma pandemia.
A saúde, assistência social, serviços de alimentação e bares lideraram as contratações. O governo federal contribuiu com 7 mil empregos temporários para fazer o Censo de 2020.
O mercado espera novas medidas do Conselho da Reserva Federal (Fed), a diretoria do banco central dos EUA. Na terça-feira, o Fed fez o primeiro corte de juros emergencial desde outubro de 2008, no auge da Grande Recessão. A baixa foi de meio ponto percentual, para uma faixa de 1% a 1,25% ao ano.
Com a contração da economia da China, a segunda maior do mundo, no primeiro trimestre do ano, reduzindo a demanda e o fornecimento de insumos essenciais, os EUA devem sentir o impacto da epidemia do coronavírus em março.
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