domingo, 15 de março de 2020

Fed praticamente zera taxa de juros para combater impacto da pandemia

No segundo corte de emergência para enfrentar o impacto econômico da pandemia do coronavírus, o Conselho da Reserva Federal (Fed), a diretoria do banco central dos Estados Unidos, baixou a taxa básica de juros da economia americana em um ponto percentual para uma faixa de 0 a 0,25%. 


O Fed também vai comprar bônus da dívida pública do Tesouro e títulos da dívida hipotecária (crédito imobiliário) no valor de US$ 700 bilhões para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação e assim a estimular a maior economia do mundo.


"O surto do coronavírus causou danos a comunidades e prejudicou a atividade econômica em muitos países, inclusive nos EUA", declarou em nota o Comitê de Mercado Aberto, responsável pela política de juros. "O Fed está preparado para usar sua ampla variedade de instrumentos para sustentar o fluxo de crédito para lares e empresas.

Para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação, a partir de amanhã, o Fed vai comprar US$ 500 milhões em títulos da dívida pública do Tesouro dos EUA e US$ 200 milhões em títulos da dívida hipotecária.

Com medo de uma crise econômica capaz de abalar sua campanha à reeleição, o presidente Donald Trump. Mas a ação dos bancos centrais não basta. Assim que a medida foi anunciada, o Índice de Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, começou a cair no pregão eletrônico e baixou mil pontos.

O mercado entende que são necessários investimentos públicos maciços para sustentar a economia num momento de emergência de saúde pública. A ação dos bancos centrais não será suficiente.

No fim de semana, a Câmara dos Representantes aprovou lei para tornar o exame gratuito e oferecer auxílio-doença para trabalhadores obrigados a ficar em casa. O projeto está no Senado. O Congresso já aprovou uma verba de US$ 8 bilhões para financiar pesquisas sobre tratamentos contra o coronavírus e ajuda aos estados em necessidade.

Ao declarar estado de emergência nacional, na última sexta-feira, o presidente Trump prometeu a liberação imediata de US$ 50 bilhões para combater a pandemia.

Em entrevista ao programa This Week, da rede de televisão ABC, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse não acreditar que os EUA estejam numa recessão e prometeu trabalhar com o Congresso para combater o coronavírus e "usar todos os instrumentos que tivermos para ter a certeza de que a economia e os americanos que trabalham duro passem por esta."

Para o economista Mark Zandi, da empresa Moody's Analytics, "o ônus é claramente do governo Trump e do Congresso. Não há outra saída. As medidas tomadas até agora ajudam, mas é um tsuname. Eles precisam propor algo muito maior."

O banco J P Morgan Chase prevê uma queda de 2% no produto interno bruto dos EUA no primeiro trimestre e de 3% no segundo trimestre. Espera uma recuperação rápida no segundo semestre se o Congresso aprovar um programa de estímulo fiscal de US$ 500 bilhões.

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