terça-feira, 3 de março de 2020

Fed faz corte de emergência na taxa básica de juros

O Conselho da Reserva Federal (Fed), a diretoria do banco central dos Estados Unidos, cortou hoje a taxa básica de juros em meio ponto percentual para uma faixa de 1% a 1,25% ao ano para estimular a economia diante dos riscos causados pela epidemia do novo coronavírus.

A decisão foi unânime. É o primeiro corte emergencial, entre uma reunião e outra do Comitê do Mercado Aberto, desde a crise financeira internacional de 2008.

Em nota, o Fed declarou que "o comitê está monitorando de perto os acontecimentos e suas implicações para a perspectiva econômica e vai usar seus instrumentos e agir como apropriado para sustentar a economia."

O corte de juros indica que autoridade monetária está preocupada com um grande impacto da doença do coronavírus sobre a economia, muito mais do que há duas semanas. Ontem, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu sua expectativa para o crescimento mundial em 2020 de 2,9% para 2,4% ao ano.

Economistas do banco Goldman Sachs preveem um crescimento da economia americana num ritmo anual de 0,9% no primeiro trimestre e estagnação no segundo trimestre. O analista Michael Feroli, do banco J P Morgan Chase vê 50% de chances de que o Fed reduza a taxa básica de juros para zero.

No Brasil, o impacto econômico do coronavírus será sentido porque a queda na demanda global reduz os preços das commodities, principais produtos de exportação do país, e podem faltar peças necessárias à produção industrial como já está acontecendo no setor de eletroeletrônicos.

Hoje o total de casos registrados chegou a 92.183, com 3.127 mortes, 48 mil pessoas recuperadas e mais de 10 mil casos fora da China continental, onde foi registrado o surto inicial e já morreram 2.943 pessoas.

No início da semana passada, o aumento no número de casos na Coreia do Sul, no Irã e na Itália deixou claro que a epidemia não seria contida na China e deve se tornar uma pandemia. Até agora, seis pessoas morreram nos EUA, todas no estado de Washington, onde o vírus estaria circulando há mais de um mês.

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