Cerca de 73% dos venezuelanos são contra a proposta do presidente Nicolás Maduro de convocar uma Assembleia Nacional Constituinte eleita indiretamente por entidades e movimentos sociais, indica uma pesquisa do instituto Datincorp.
Só 21% apoiam mais uma iniciativa do regime chavista para neutralizar a Assembleia Nacional, onde a oposição tem maioria, informou o boletim de notícias Venezuela al Día.
A pesquisa, chamada de Estudo de Conjuntura do País, entrevistou 1.199 eleitores da Venezuela. Desde que o governo Maduro usou o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para tentar usurpar os poderes do parlamento, a oposição protesta diariamente nas ruas, num duelo com o regime chavista em que pelo menos 58 pessoas foram mortas.
Dois ministros do TSJ e a procuradora-geral da República Bolivarista da Venezuela rejeitaram a Constituinte de Maduro. O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e ex-presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, líder da linha-dura chavista, prometeu usar a Constituinte para "virar a Procuradoria de cabeça para baixo".
Ontem, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o ex-ministro do Exterior do Uruguai Luis Almagro, condenou a morte de Manuel Sosa, baleado no peito quando participava de uma manifestação de protesto em Vale Fundo, no estado de Lara, noticiou o jorna El Nacional.
O ex-chanceler uruguaio acusou Maduro de assassinar oposicionistas para se manter no poder. Em mensagem no Twitter, Almagro afirmou que "é hora de paz e democracia" e pediu que "não haja mais mortes de pessoas lutando pela democracia".
A OEA realiza na quarta-feira uma reunião com participação de ministros das Relações Exteriores para discutir a crise na Venezuela.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 28 de maio de 2017
Ampla maioria dos venezuelanos é contra a Constituinte de Maduro
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