Com mais de 80% dos votos apurados na eleição presidencial realizada ontem no Irã, o presidente Hassan Rouhani obteve uma vantagem insuperável e está reeleito, informou o jornal liberal israelense Haaretz citando fontes oficiais do Irã.
"Acabou. Rouhani é o vencedor", resumiu um funcionário iraniano citado pelo Haaretz. Seu adversário da linha dura, Ebrahim Raisi, denunciou fraude e ainda não reconheceu a derrota.
Mais de 40 milhões de iranianos votaram na sexta-feira, a folga religiosa semanal dos muçulmanos. Com 37 milhões de votos apurados, o aiatolá moderado Rouhani, de 68 anos, lidera com 21,6 milhões contra 14 milhões para o linha-dura Raisi, de 56 anos.
O comparecimento foi de cerca de 70%, semelhante ao de 2013, quando Rouhani foi eleito prometendo se reaproximar do Ocidente para negociar o fim das sanções econômicas, recuperar a economia do país e aumentar as liberdades públicas.
Quatro anos depois, o regime dos aiatolás não mudou. O Conselho dos Guardiães da Revolução vetou mais de mil candidatos à Presidência da República Islâmica do Irã.
"Votei em Rouhani para evitar a vitória de Raisi. Não quero um linha-dura como meu presidente", declarou Ziba Ghomeyshi em Teerã. "Esperei cinco horas na fila para votar."
Em 2015, o Irã fechou um acordo com as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha para congelar seu programa nuclear militar por dez anos, em troca do levantamento das sanções internacionais.
Como a recuperação da economia foi fraca por causa dos baixos preços do petróleo, a oposição fez campanha denunciando a corrupção e a desigualdade. Mas a eleição acabou virando um referendo sobre o acordo nuclear com os Estados Unidos e as outras grandes potências - e Rouhani venceu.
Os resultados oficiais devem ser anunciados ainda neste sábado. No fim da apuração, o presidente foi reeleito com 57% dos votos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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