Com pelo menos um novo escândalo por dia, o governo Donald Trump marcha rapidamente para o discrédito e um possível impeachment. Hoje de manhã, soube-se que o serviço secreto aliado que descobriu uma informação ultrassecreta passada pelo presidente à Rússia era de Israel .
À tarde, o jornal The New York Times noticiou que Trump pressionou o ex-diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos Estados Unidos, a encerrar uma investigação sobre o general Michael Flynn, ex-assessor de Segurança Nacional, demitido por mentir sobre contatos com os russos.
"Ele é um cara legal", alegou o presidente ao tentar acobertar possíveis crimes cometidos pelo ex-assessor. "Espero que você deixe essa passar." Comey respondeu: "Concordo que ele é um cara legal", mas não assumiu nenhum compromisso capaz e relatou a conversa num memorando interno do FBI.
Se confirmado, isso caracteriza tentativa de obstrução de Justiça. É motivo suficiente para a abertura de um processo de impeachment de Trump. O FBI investiga a interferência da Rússia na eleição presidencial nos EUA e um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin. O ex-assessor está envolvido no possível conluio, mas é alvo de outra investigação.
Primeira grande baixa do governo Trump, Flynn foi demitido em 13 de fevereiro por mentir ao vice-presidente Mike Pence, negando ter discutido as sanções internacionais à Rússia num encontro com o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak, ocorrido durante o período de transição entre a eleição e a posse de Trump. O próprio serviço secreto, que vigia contatos internacionais de altos funcionários, o denunciou. Ele estaria negociando uma delação premiada.
Um dia depois da demissão de Flynn, o presidente pediu ao então diretor-geral do FBI que encerrasse o inquérito. De acordo com o memorando, Trump disse a Comey que Flynn não havia feito nada errado.
No início da noite, a Casa Branca desmentiu a versão do ex-diretor do FBI: "Embora o presidente tenha repetidamente expressado sua visão de que o general Flynn é um homem decente que serviu e protegeu nosso país, o presidente nunca pediu ao Sr. Comey ou a qualquer outra pessoa para acabar com investigação alguma, inclusive qualquer investigação envolvendo o general Flynn."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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