Na sua primeira entrevista coletiva desde a nomeação de um procurador especial para investigar a interferência da Rússia na eleição presidencial em conluio com sua candidatura, o presidente Donald Trump rejeitou há pouco ter qualquer ligação suspeita com o governo russo.
O presidente também negou ter pressionado o então diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos Estados Unidos, James Comey, a encerrar a investigação sobre o caso.
"A investigação toda é a maior caça às bruxas da história", reclamou Trump, em entrevista ao lado do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. "Não há nenhum conluio com os russos, não da minha parte nem da minha campanha. Só posso falar por mim."
Esta última frase foi interpretada como admissão de uma possibilidade de envolvimento de alguém de sua campanha.
Trump demitiu Comey em 9 de maio. Alegou que o diretor do FBI estava fazendo um mau trabalho e não estava qualificado para o cargo, no quarto ano de um mandato de dez anos.
Nesta semana, o jornal The New York Times revelou um memorando interno do FBI em que o ex-diretor registra a pressão do presidente para encerrar o inquérito sobre o general Michael Flynn, ex-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, demitido em fevereiro por ter mentido ao vice-presidente sobre contatos com os russos.
A denúncia caiu como uma bomba em Washington. Até mesmo deputados e senadores do Partido Republicano admitiram a possibilidade de abertura de um processo de impeachment de Trump.
Ontem, o subprocurador-geral dos EUA, Rod Rosenstein, decidiu nomear o ex-diretor do FBI Robert Mueller como procurador independente para investigar as relações da campanha de Trump com a Rússia.
Hoje, em reunião a portas fechadas no Senado, Rosenstein declarou saber que Comey seria demitido antes de redigir o memorando do Departamento de Justiça usado pela Casa Branca como pretexto para justificar a demissão.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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