Diante dos desentendimentos com o presidente Donald Trump nas reuniões de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e do Grupo dos Sete (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá), a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, declarou neste domingo que "os europeus devem tomar seu destino em suas próprias mãos". Os Estados Unidos e o Reino Unido não seriam mais parceiros confiáveis.
Merkel falou numa cervejaria da Baviera durante a campanha para as eleições parlamentares de setembro, em que busca um quarto mandato como chefe de governo da Alemanha, reportou a televisão americana CBS.
Ao lado do governador bávaro, Horst Seehofer, diante de 2,5 mil conservadores, a primeira-ministra, no poder desde 2005, advertiu os alemães de que "o tempo em que podíamos contar totalmente com os outros de certa forma acabou, como mostra a experiência dos últimos dias. Então tudo o que eu posso dizer é que nós, europeus, devemos tomar nosso destino nas nossas próprias mãos."
As principais divergências estão no protecionismo econômico do governo Trump, em sua relutância em reconhecer o papel do homem no aquecimento global e em seu desprezo por instituições centrais na ordem internacional liberal do pós-guerra criada pelos próprios EUA. Ele apoiou a saída do Reino Unido da União Europeia e se negou a reafirmar o compromisso com a defesa dos aliados da OTAN, embora tenha cobrado os gastos militares devidos por ele.
Trump disse ainda que "os alemães são muito ruins" por causa do saldo no comércio com os EUA. Também não quis se comprometer com o Acordo de Paris para reduzir a emissão dos gases que agravam o efeito estufa e aquecem a Terra acima dos padrões anteriores à Revolução Industrial. Prometeu definir sua posição oficial nesta semana.
Depois do encontro, Merkel descreveu as conversas sobre a mudança do clima como "muito difíceis, para não dizer muito insatisfatórias".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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