A ditadura de Bachar Assad está enforcando 50 prisioneiros por dia na prisão militar de Saidnaia, a 45 quilômetros de Damasco, a capital da Síria, e queimando os corpos, denunciou hoje o Departamento de Estado americano.
Ao apresentar as fotos de alterações na prisão militar para instalar um crematório, o secretário de Estado adjunto para o Oriente Médio, Stu Jones, acusou Assad de "cair a um novo nível de depravação" com o apoio de seus maiores aliados, a Rússia e o Irã.
Os Estados Unidos colocam em dúvida a proposta de criação de zonas de segurança acertada pela Rússia, a Turquia e o Irã nas negociações de paz lideradas pelo Kremlin em Astana, a capital da ex-república soviética do Casaquistão. E até mesmo a intenção de Assad de fazer a paz.
No mês passado, o presidente Donald Trump ordenou o bombardeio de uma base aérea síria de onde saíram aviões responsáveis por um ataque com armas químicas, mas não tem uma estratégia nem uma proposta de paz para acabar com a guerra civi no país.
Dos 400 mil mortos em seis anos de guerra civil na Síria, pelo menos 60 mil morreram em prisões, estima o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental ligada à oposição, com sede em Londres, que monitora a guerra civil no país.
Um relatório da organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional denunciou que entre 2011 e 2015 ao menos 13 mil pessoas foram enforcadas na prisão militar de Saidnaia, descrita como um "matadouro".
Na entrevista coletiva desta segunda-feira na Casa Branca, o porta-voz de Trump, Sean Spicer, declarou que os EUA querem "trabalhar com a Rússia e o Irã para encontrar uma solução para a situação na Síria", se estes países "reconhecerem que o regime de Assad cometeu atrocidades e usarem sua influência para acabar com elas".
"A Síria nunca será segura e estável com Assad no poder", mas não confirmou se o governo Trump exige uma mudança de regime.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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