A reeleição de Angela Merkel em 22 de setembro de 2017 para um quarto mandato como chanceler (primeira-ministra) da Alemanha é cada vez mais provável. Seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), ganhou ontem as eleições na Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais populoso da Alemanha, reduto tradicional do Partido Social-Democrata (SPD).
Pelas projeções da televisão alemã ZDF, a direitista CDU venceu com 33,3% dos votos contra 31% do SPD, de centro-esquerda que caiu oito pontos percentuais em relação às eleições anteriores. O Partido Liberal-Democrata (FDP), de centro-direita, ficou em terceiro com 12%. É um possível parceiro numa aliança com a CDU para formar um governo de coalizão.
A Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita anti-imigração e antieuro, entrou no parlamento regional com 8% dos votos. Já está presente em 13 dos 16 estados alemães.
Os sociais-democratas também perderam nos últimos dois meses as eleições nos estados do Sarre e de Schleswig-Holstein. A quatro meses e meio das eleições, um atentado terrorista, um agravamento da crise de refugiados ou problemas na Zona do Euro podem abalar a opinião pública e alterar as pesquisas. Mas, num mundo conturbado, Merkel é uma garantia de estabilidade.
Seu maior rival, Martin Schulz, do SPD, ex-presidente do Parlamento Europeu, não desiste e cita o novo presidente da França, Emmanuel Macron, que amanhã se encontra com Merkel na sua primeira viagem ao exterior como chefe de Estado.
"Meu amigo Macron estava mal nas pesquisas há cinco meses e agora é presidente", declarou Schulz ao saber da derrota tentando animar a militância para as eleições de setembro.
Com dívida pública elevada e desemprego de 7,5%, acima de média nacional de 5,8%, a Renânia do Norte-Vestfália é chamada pejorativamente de "Grécia da Alemanha", em referência à crise da dívida grega, que ameaçou a própria existência do euro anos atrás.
Nas eleições parlamentares de 2013, a aliança CDU-CSU (União Social-Cristã) recebeu 42% dos votos e elegeu 311 deputados, cinco a menos do que a maioria absoluta. Como o FDU não atingiu o mínimo legal de 5% para entrar na Câmara Federal, Merkel acabou fazendo uma grande coalizão para governar com o SPD.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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