quarta-feira, 10 de maio de 2017

Presidente eleito da Coreia do Sul quer ir a Pionguiangue

Em uma tentativa para tentar retomar o diálogo, o presidente eleito da Coreia do Sul, Moon Jae In, declarou hoje estar pronto a visitar Pionguiangue, a capital da Coreia do Norte, "se houver condições apropriadas".

Moon, um advogado liberal defensor dos direitos humanos, é filho de refugiados do Norte durante a Guerra da Coreia (1950-53). Chega ao poder dois meses depois do impeachment da presidente Park Geun Hye, acusada de corrupção, num momento de grande tensão na Península Coreana.

Desde que ascendeu à liderança do regime comunista norte-coreano, em 2012, o ditador Kim Jong Un, hoje com 33 anos, acelerou os programas de desenvolvimento de armas atômicas e de tecnologia de mísseis. Seu objetivo aparente é ter capacidade de lançar um míssil nuclear em território americano.

Com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, o secretário de Estado, Rex Tillerson, advertiu que acabou a "paciência estratégica" dos EUA com a ditadura stalinista de Pionguiangue. Numa de suas tiradas, Trump afirmou estar pronto para encontrar Kim Jong Un, mas isso é impossível sem uma preparação diplomática.

Na prática, Trump ameaçou agir. Estaria examinando a possibilidade de um ataque preventivo contra as instalações nucleares da Coreia do Norte. É fácil destruí-las, mas impossível impedir uma violenta retaliação em que o alvo principal seria a capital sul-coreana, Seul.

Moon está determinado a pacificar a península. Com a crise que levou ao impeachment da presidente Park, a Coreia do Sul ficou fora do jogo diplomático na questão norte-coreana, dominado por EUA e China. O primeiro passo é entrar na parada.

A China está insatisfeita com a instalação na Coreia do Sul do Terminal de Defesa Aérea a Alta Altitude (THAAD). É um sistema de defesa antimísseis dos EUA voltado inicialmente contra a ameaça da Coreia do Norte, mas capaz de ser usado contra a China em caso de confrontação entre as duas superpotências.

Em tese, o novo presidente sul-coreano poderia ceder à pressão de Beijim em troca de garantias de proteção da China, a maior aliada da ditadura de Kim Jong Un. É uma esperança de paz na última fronteira da Guerra Fria. Uma paz verdadeira dependa de uma mudança no regime comunista norte-coreano e a grande dúvida é se isso será possível pacificamente.

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