Os serviços secretos dos Estados Unidos advertiram Israel em janeiro que informes de inteligência passados ao governo Donald Trump poderiam vazar para a Rússia. Hoje o jornal The New York Times revelou que a fonte do segredo contados aos russos pelo próprio Trump foi Israel.
A informação é que a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante está planejando colocar bombas em computadores portáteis para explodir aviões. Levou os EUA a proibir o transporte desses computadores em voos saídos do Oriente Médio.
O segredo foi divulgado por Trump durante encontro com o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, e o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak, em 10 de maio. Em princípio, o governo israelense se negou a confirmar ter sido a fonte, mas dois agentes secretos disseram ao portal de notícias americano BuzzFeed News que Israel avisou os EUA sobre a nova ameaça à aviação comercial.
Para os serviços de inteligência de Israel, os "piores temores foram confirmados". Na sua primeira viagem ao exterior como presidente, Trump visita Israel em 22 e 23 de maio, onde certamente será cobrado pela indiscrição.
Nas últimas duas décadas, os serviços secretos dos EUA e de Israel intensificaram a cooperação tendo como principais alvos o Irã, a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) palestino. Juntos, lançaram um ataque cibernético que atrasou o programa nuclear iraniano.
Pela lei americana, o presidente tem o direito de desclassificar qualquer informação confidencial. No caso, sem consultar o aliado que a forneceu corre o risco de entregar o agente e desmontar o plano que permitiu se infiltrar na máquina assassina do Estado Islâmico.
Até agora, o Estado Islâmico evitou ataques diretos contra Israel.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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