O principal acusado pelos atentados de 11 de setembro de 2001, Khaled Cheikh Mohammed, dispensa advogado, confessa sua culpa e pede para ser executado para se tornar um mártir, numa audiência do processo realizado no tribunal militar de exceção instalado na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba.
"Quero ser um mártir há muito tempo", gritou Cheikh Mohammed dentro do tribunal, onde cantou música sagrada muçulmana. Ele foi denunciador como idealizador dos atentados contra Nova Iorque e o Pentágono. Em interrogatórios anteriores em que foi submetido a tortura, ele confessou participação em 30 conspirações terroristas.
Dois outros acusados no processo contra os líderes da rede terrorista Al Caeda suspeito de planejar os atentados, Ramzi Binalchibh e Wallid ben Atach, também pediram para ser executados, já que o sonho de redenção dos extremistas muçulmanos é o martírio.
"Estou buscando o martírio há cinco anos. Tentei conseguir um visto para o 11 de Setembro, mas não consegui", declarou Binalchibh, nascido no Iêmen. Ele dividia um apartamento em Hamburgo, na Alemanha, com Mohammed Atta, o piloto do primeiro avião a bater no World Trade Center e um dos líderes do mais espetacular dos ataques terroristas.
Desde o início de 2002, o governo George Walker Bush começou a levar presos na guerra contra o terrorismo para Guantânamo para lhes negar os direitos garantidos pelas Convenções de Genebra sobre Prisioneiros de Guerra e pelas próprias leis dos EUA, se fossem julgados em território americano.
Em 2006, levou para lá 14 líderes da Al Caeda como Khaled Cheikh Mohammed e outros quatro que sentaram hoje no banco dos réus. Antes, eles estavam em prisões secretas da CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço secreto dos EUA.
Cada um dos cinco réus é acusado de assassinato 2.973 vezes, por todas as mortes nos atentados.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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