Quatro aviões das Nações Unidas levaram hoje a primeira ajuda da organização internacional aos cerca de 1,5 milhão de flagelados pela passagem por Mianmar, a antiga Birmânia, no sábado passado, do ciclone Nargis. Mais de 100 mil pessoas podem ter morrido.
O país está arrasado, mas a junta militar que o desgoverna impede a entrada de ajuda estrangeira em grande escala. Está mais preocupada no seu próprio poder do que no bem-estar da população num momento crítico em que um número ainda maior de pessoas pode morrer de fome, de sede e de doenças.
Pelo menos quatro aviões de transporte militar dos Estados Unidos C-130 estão numa base da Tailândia esperando autorização. O presidente George W. Bush ordenou à Marinha que ajudasse.
Como os aviões participam de uma operação militar conjunta americano-tailandesa, a ditadura militar mianmarense ficou em dúvida. Afinal, estão treinando uma possível invasão do país.
Tanto os EUA como a ONU estão frustrados. O subsecretário-geral da ONU para ajuda humanitária, John Holmes, disse que está "apenas tentando ajudar o governo de Mianmar a cumprir sua obrigação, que é de dar ajuda aos flagelados".
Uma grande operação de resgate devassaria um dos países fechados do mundo e uma das juntas militares mais sinistras. Não foi capaz de avisar a população do risco do ciclone.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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