O embaixador do Uruguai em Buenos Aires recebeu hoje uma carta de protesto do governo Néstor Kirchner. A Argentina denuncia uma "conduta ilegítima do governo uruguaio e expressa seu "mais enérgico protesto" pela autorização para que a fábrica de papel e celulose da companhia finlandesa Botnia comece a funcionar neste sábado, em Fray Bentos, na margem oriental do Rio Uruguai. A questão provocou o conflito conhecido como 'guerra das papeleiras".
Em Santiago do Chile, na abertura da Conferência de Cúpula Ibero-Americana, os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, trocaram farpas.
A Espanha, mediadora das negociações entre os dois países, pedira ao Uruguai que adiasse a autorização para o funcionamento da fábrica para fazer uma última tentativa de chegar a um acordo.
Na carta, “a Argentina expressa seu mais formal e enérgico protesto diante desta decisão unilateral", que la “lesa gravemente os direitos da Argentina previstos no Estatuto do Rio Uruguai, de 1975”.
Mais adiante, acrescenta que “a colocação em marcha do Projeto Orión [nome oficial da fábrica da Botnia] decidida pelo Uruguai sem esperar a sentença que deve pronunciar a Corte Internacional de Justiça, constitui uma evidência adicional da conduta ilegítima do Uruguai, que vem se manifestando desde que decidiu não respeitar o Estatuto de 1975, o tratado bilateral que regulamenta um recurso fluvial compartilhado entre ambos os países”.
Para os argentinos, a grande preocupação é com a poluição do rio. O Uruguai fechou uma ponte para impedir uma manifestação de protesto e garante que a Botnia opera com as mais modernas tecnologia para não contaminar a água.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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