Em uma gravação de 28 minutos divulgada na Internet, o vice-líder da rede terrorista Al Caeda, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, acusou o ditador da Líbia, coronel Muamar Kadafi, de se aliar aos Estados Unidos e ameaçou lançar uma onde de ataques contra o país do Norte da África.
O lugar-tenente de Ossama ben Laden pediu a união dos jihadistas e anunciou a criação do Grupo de Luta Islâmica Líbio.
"A nação islâmica testemunha um passo abençoado", declarou Zawahiri. "Os irmãos estão escalando a confrontação contra os inimigos do Islã: Kadafi e seus mestres, os cruzados de Washington."
Um comandante líbio da al Caeda no Afeganistão, Abu Laith al-Libi, também mandou mensagem acusando Kadafi: "Ele é um tirano e está arrastando a Líbia para o pântano. Depois de muitos anos, ele descobriu de repente que os EUA não são inimigos. Está tornando a Líbia em outra base das cruzadas."
Durante décadas, desde que deu um golpe militar em 1969 e se voltou contra o Ocidente na Guerra Fria, Kadafi foi considerado pelos EUA um pária que apoiava o terrorismo. Em abril de 1986, depois de um atentado a bomba contra uma boate freqüentada por soldados americanos na Alemanha, o presidente Ronald Reagan (1981-89) mandou bombardear sua residência, matando uma filha do ditador.
Com o avanço do fundamentalismo muçulmano e a invasão americana ao Iraque, Kadafi optou por abrir mão de seus programas de armas de destruição em massa e se reaproximar do Ocidente, em busca de segurança e negócios no setor de petróleo. Tornou-se um aliado dos EUA na guerra contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos.
Em 2003, Kadafi anunciou a decisão de desmontar seu programa nuclear clandestino e fez um acordo para pagar indenizações de US$ 2,7 bilhões às parentes dos 270 mortos no atentado contra um Boeing 747 da companhia aérea americana PanAm em Lockerbie, na Escócia.
No ano seguinte, pagou US$ 170 milhões às famílias das 170 vítimas do atentado contra um avião da companhia francesa UTA derrubado na África em 1989.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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