A Europa festejou em 25 de março os 50 anos da assinatura do Tratado de Roma, que criou a Comunidade Econômica Européia (CEE), como o maior bloco comercial do mundo e um continente livre da guerra.
Mais do que uma prosperidade sem precedentes, a integração regional consolidou a paz no continente que provocou duas guerras mundiais e criou um contraponto à dominação da União Soviética sobre a Europa Oriental durante a Guerra Fria. Seu desafio é a união política. Caso contrário, a Europa corre o risco de se tornar irrelevante.
“Nos próximos 50 anos, o grande desafio é a integração política”, declarou no Rio o diretor-geral de Relações Exteriores da Comissão Européia, Eneko Landáburu, ao participar do seminário 50 Anos dos Tratados de Roma, realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Fundação Konrad Adenauer.
O sonho de Jean Monnet de uma Europa unida começou a tomar forma com o Plano Schuman. Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943, quando pertencia ao Comitê de Libertação Nacional, ele foi profético: “Não haverá paz na Europa se os países foram reconstituídos na base da soberania nacional. Os países europeus são muito pequenos para garantir a seus povos a prosperidade e o desenvolvimento social necessários. Devem formar uma federação”.
Em 9 de maio de 1950, cinco anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o ministro do Exterior da França, Robert Schuman, lançava seu plano. Para prevenir uma nova guerra, uma única autoridade controlaria a produção de carvão e aço na Alemanha e na França.
Daí surge, em 1951, a Comunidade Européia do Carvão e do Aço, precursora da CEE, que iniciaria a integração econômica do continente com apenas seis países: Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo. Nos anos 60, o presidente francês, Charles de Gaulle, vetou duas vezes o ingresso da Grã-Bretanha, temendo a influência dos EUA.
A primeira onda de expansão viria nos anos 70, quando entraram Dinamarca, Grã-Bretanha e Irlanda. Nos anos, foi a vez dos países europeus que se livraram de ditaduras de direita. Em 1981, a Grécia é aceita na CEE. Portugal e Espanha entram em 1986.
Em 1987, entra em vigor o Ato Único Europeu, que cria o mercado único europeu, acabando com as restrições internas ao comércio de bens, e institucionaliza o fundo de desenvolvimento estrutural empregado para estimular as economias mais pobres, com efeitos notáveis em Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda.
Eram 12 países-membros da CEE quando caiu o Muro de Berlim, em 1989, alargando o horizonte de expansão da Europa unida para a Europa Oriental. Em 1991, o Tratado de Maastricht tentava aprofundar a integração. Criava a União das Comunidades Européias ou União Européia (UE), lançava a união monetária e econômica, e a política externa de defesa e segurança comum.
Leia a íntegra em minha coluna de política internacional no Baguete.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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