Com a força de seu virtual monopólio, o Facebook ignora as leis sobre privacidade e concorrência, colocando-se acima da lei, afirma o relatório da CPI. Seu fundador e diretor-presidente, Mark Zuckerberg, foi acusado de desacatar os deputados e de adotar uma estratégia "deliberada" para enganar o Parlamento Britânico.
O inquérito foi a primeira tentativa de um parlamento nacional de examinar a fundo a economia nebulosa da manipulação de dados para influenciar eleitores e interferir em processos eleitorais democráticos. Ouviu 73 testemunhas que responderam a mais de 4.350 perguntas.
A conclusão final: os governos precisam agir imediatamente e regulamentar as redes sociais.
De acordo com o presidente da CPI, o deputado conservador Damian Collins, é necessária "uma mudança radical no equilíbrio de forças entre as plataformas e o povo".
Um dos focos da investigação foi a empresa Cambridge Analytica, que usou as informações do Facebook para criar um grande banco de dados e traçar o perfil de eleitores-alvo durante as campanhas para o plebiscito sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e a eleição presidencial de Donald Trump nos Estados Unidos.
O relatório cita a Lei das Organizações Corruptas e Extorsão, a dura legislação americana contra as máfias e o crime organizado. As relações do Facebook com os desenvolvedores dos aplicativos usados na rede social seriam mafiosas, dado seu enorme poder de mercado.
Na questão da interferência da Rússia para minar as democracias ocidentais, o diretor técnico do Facebook, Mike Schroepfer, foi acusado de mentir ao Parlamento. Um dos detalhes que chamaram a atenção dos deputados foi o fato da reação oficial do governo britânico, um documento descrito pelo Guardian como "extraordinariamente seco e chato" despertou maior interesse em Moscou do que em Londres.
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