Por 383 a 327, apenas nove votos a mais do que necessário, o Parlamento Europeu aprovou hoje a indicação da ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, para ser a próxima presidente da Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia (UE), por um período de cinco anos, a partir de outubro. Será a primeira mulher a ocupar o cargo.
Aliada da chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, na União Democrata-Cristão (CDU), Von der Leyen é conservadora. Enfrentou forte resistência das bancadas de centro-esquerda (socialista, social-democrata e verdes) no Parlamento Europeu.
Filha de um embaixador alemão junto à UE, Ernst Albrecht, Ursula Gertrud Albrecht, seu nome de soltleira, nasceu em Ixelles, na Grande Bruxelas, em 8 de outubro de 1958. Aos 13 anos, voltou para a Alemanha, onde o pai foi governador da Baixa Saxônia.
Ursula Albrecht, estudou economia na Universidade de Göttingen, na Alemanha. No auge do terrorismo de grupos de extrema esquerda, o pai esteve sob ameaça da Facção do Exército Vermelho.
Em 1978, ela foi para o Reino Unido, onde viveu mais de um ano com o nome falso de Rose Laden, sobrenome da família de uma bisavó americana com origem no condado de Northampton, na Inglaterra, e estudou na London School of Economics.
Londres foi para ela "a epítome da modernidade: liberdade, alegria de viver e de experimentar tudo". Deu-lhe "a liberdade interior que tenho até hoje".
De volta à Alemanha em 1979, Ursula Albrecht se casou em 1986 com Heiko von der Leyen, de uma família aristocrática, comerciante de seda no tempo da Liga Hanseática. Ela mudou de carreira e estudou medicina na Universidade de Hanôver, onde concluiu o doutorado em 1991. Acusada de plágio, a Comissão de Ensino Superior da Alemanha encontrou apenas três erros graves em sua tese.
Filiada à CDU desde 1990, Ursula von der Lyen foi eleita em 2003 deputada na assembleia legislativa estadual da Baixa Saxônia. Foi ministra do Trabalho do governo Merkel antes de se tornar a primeira mulher a comandar o Ministério da Defesa.
Sua nomeação foi fruto de um acordo entre as duas potências que formam o eixo central da UE: Alemanha e França. Em troca, a ex-ministra das Finanças francesa Christine Lagarde, hoje diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), será presidente do Banco Central Europeu (BCE).
Desde a Crise do Euro, a UE enfrenta a pior crise de sua história, com a decisão do Reino Unido de deixar o bloco, a crise dos refugiados e a volta de um ultranacionalismo de extrema direita que lembra a ascensão do fascismo nos anos 1930s e gostaria de implodir o projeto de integração da Europa.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 16 de julho de 2019
Parlamento Europeu aprova nova presidente da Comissão Europeia
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