sexta-feira, 19 de julho de 2019

Irã captura um navio petroleiro britânico no Golfo Pérsico

Em mais uma confrontação que aumenta o risco de guerra no Oriente Médio, o Irã capturou um navio-tanque do Reino Unido hoje no Golfo Pérsico. O ministro do Exterior britânico, Jeremy Hunt, declarou que o Irã teria apreendido outro petroleiro, disse estar "extremamente preocupado" e que estava trabalhando "pela rápida liberação dos dois navios". 

A República Islâmica alegou que o petroleiro Stena Impero "violou regulamentações internacionais" e negou que um segundo petroleiro tenha sido tomado. Teria sido apenas "advertido pelas Forças Armadas iranianas e a respeitar as regulamentações ambientais e as precauções de segurança".

O Stena Impero foi apreendido por poluir as águas do Golfo Pérsico e entrar no Estreito de Ormuz numa rota usada pelos navios para sair

Não há cidadãos britânicos em nenhum dos dois petroleiros. Os 23 tripulantes do navio detido são indianos, russos, letões e filipinos. Em nota, a empresa Norbulk Shipping UK contou que o segundo navio "foi abordado por homens armados", mas depois foi liberado para seguir viagem.

Em 4 de julho, a Marinha Real britânica apreendeu um navio-tanque iraniano perto do Estreito de Gibraltar, que fica na entrada do Mar Mediterrâneo, sob a alegação de que levava petróleo para a Síria. Este país aliado do Irã está sob sanções da União Europeia por causa da guerra civil.

Desde então, a ditadura teocrática iraniana busca a retaliação. Antes disso, em maio e junho, houve ataques a seis petroleiros no Golfo Pérsico, no Estreito de Ormuz e no Golfo de Omã, a reação do Irã às sanções impostas pelos Estados Unidos para tentar impedir o país persa de exportar petróleo.

O presidente Donald Trump retirou, em maio do ano passado, os EUA de um acordo internacional para congelar o programa nuclear militar do Irã por dez anos e reimpôs duras sanções econômicas ao regime dos aiatolás. Esta política de "pressão máxima" visa a forçar o Irã a negociar outro acordo que inclua, além das armas atômicas, a proibição de desenvolver mísseis de médio e longo alcances e de interferir em outros países do Oriente Médio.

Com o estrangulamento da economia iraniana, que pode ter perda de 6% do produto interno bruto e inflação de 50% neste ano, e a série de incidentes no Golfo Pérsico, aumenta o risco de uma guerra deflagrada por erro ou acidente.

Se os EUA bombardearem o Irã e o regime resistir e sobreviver, com certeza, a República Islâmica vai fazer a bomba atômica. A herança maldita de Trump pode ser um Irã com armas nucleares.

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