quinta-feira, 11 de julho de 2019

Irã tenta interceptar petroleiro britânico no Estreito de Ormuz

Uma flotilha de cinco barcos e lanchas da Guarda Revolucionária Iraniana tentou tomar um navio-tanque britânico que atravessava o Estreito de Ormuz para entrar no Golfo Pérsico, noticiou a agência Reuters citando fontes militares dos Estados Unidos, que monitoraram o incidente.

O navio britânico era escoltado pela fragata da Marinha Real HMS Montrose, que advertiu os iranianos pelo rádio e disparou tiros de advertência.

Antes, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, criticou o Reino Unido por ter apreendido um petroleiro iraniano que levava petróleo bruto pela Síria através do Estreito de Gibraltar, um enclave britânico no Sul da Espanha, violando sanções internacionais contra o regime sírio.

"Vocês iniciaram esta situação de insegurança e vão ver as consequências mais tarde", advertiu o aiatolá, sabendo da operação.

Ontem, a revista Foreign Policy noticiou que o Reino Unido e a França manifestaram interesse em participar com os EUA da Operação Sentinela para proteger a navegação no Estreito de Ormuz diante das ameaças iranianas. O incidente de hoje só reforça o interesse britânico.

Dois ataques contra petroleiros em junho no Estreito de Ormuz e o abate de um avião não tripulado dos EUA são sinais da crescente revolta do Irã em face da guerra econômica deflagrada pelo presidente Donald Trump depois de retirar, em 8 de maio de 2018, os EUA do acordo nuclear assinado em 2015 pelo governo Barack Obama para congelar por dez anos o programa nuclear militar iraniano.

Esta campanha de "pressão máxima" está sufocando a economia iraniana. O objetivo de Trump é renegociar o acordo para incluir a proibição do Irã de desenvolver mísseis de médio e longo alcances e de interferir em outros países do Oriente Médio.

A República Islâmica considera estas exigências equivalem a uma rendição. No mês passado, um ano depois da retirada dos EUA do acordo, o Irã anunciou a intenção de retomar o enriquecimento de urânio. Já ultrapassou o limite de 300 quilos previsto no acordo e, desde segunda-feira, aumentou o teor do urânio enriquecido de 3,67% para 4,5%. Ainda está longe dos 90% necessários para uma bomba atômica, mas está no caminho.

O presidente Emmanuel Macron tentou convencer o regime teocrático iraniano a não abandonar totalmente o acordo. O Irã agradeceu à França pela iniciativa, mas a Europa não consegue romper o cerco econômico dos EUA. As empresas europeias não querem correr o risco de serem excluídas do mercado americano e dos negócios em dólares.

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