O ministro da Fazenda e Crédito Público do México, Carlos Manuel Urzúa Macías, pediu demissão citando diferenças de posição em relação ao presidente Andrés Manuel López Obrador, "muitos" conflitos dentro do governo e a "imposição de funcionários que não entendem de finanças públicas", noticiou o jornal inglês Financial Times.
Professor de economia com mestrado e doutorado nos Estados Unidos, Urzúa era visto como uma espécie de avalista da prudência fiscal do governo esquerdista junto ao empresariado e o mercado financeiro.
É o maior golpe em sete meses de governo López Obrador, um populista de esquerda que adotou políticas como cancelar o projeto do novo aeroporto da Cidade do México, de US$ 13 bilhões, que estava em construção.
O peso mexicano caiu 1,4% para 19,17 por dólar e a Bolsa da Cidade do México perdeu 1,5%.
Ao aceitar a demissão, o presidente declarou: "Ele não concorda com decisões que estamos tomando. Temos o compromisso de mudar a política econômica imposta nos últimos 36 anos." A seu lado, estava o segundo do ministério, Arturo Herrera, que vai substituir Carlos Urzúa.
Em entrevista, Herrera descartou a possibilidade de recessão e prometeu um superávit primário de 1% do produto interno bruto, informou o jornal El Economista. O superávit primário é um saldo positivo nas contas públicas, sem considerar o pagamento de juros da dívida do governo.
O novo ministro afirmou que o baixo crescimento das economias desenvolvidas e os conflitos comerciais podem impactar a economia mexicana.
"É um economista com credenciais para o cargo. Tem boa interlocução", comentou o presidente da Câmara Nacional da Indústria de Transformação (Canacintra), Enoch Castellanos. "Esperamos que o presidente lhe dê autonomia de gestão e respaldo para não contradizer decisões macroeconômicas responsáveis."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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