Num recuo, depois de perder na Suprema Corte e insistir no assunto, o presidente Donald Trump anunciou ontem que desistiu de incluir uma pergunta sobre nacionalidade no Censo de 2020 nos Estados Unidos. Ele determinou que os dados sobre cidadania sejam compilados com base nos documentos e registros do governo federal.
Ao rejeitar a inclusão da pergunta "você é cidadão?", o presidente da Suprema Corte, ministro John Roberts, declarou que o presidente pode fazer isso, mas precisa justificar. A justificativa inicial era que o Departamento da Justiça precisava dos dados para aplicar a Lei do Direito de Voto.
O verdadeiro objetivo ao compilar esses dados é eliminar quem não tem cidadania americana do cálculo da população para o fim de redesenhar os distritos eleitorais, um antigo sonho do Partido Republicano.
Os imigrantes ilegais costumam viver em grandes cidades e em bairros onde a maioria vota no Partido Democrata. A lei manda contar toda a população.
Trump já está em campanha para a reeleição em 2020. A demonização dos imigrantes é um elemento central do discurso do presidente para mobilizar seu eleitorado. Assim, os imigrantes intimidados tendem a não responder ao Censo.
Se parte da população não é contada, será sub-representada nas assembleias legislativas estaduais e na Câmara dos Representantes, em Washington. É isto que o presidente e seu partido querem.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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