A Organização Mundial da Saúde, órgão das Nações Unidas, considerou hoje a epidemia de ebola na República Democrática do Congo uma "emergência de saúde pública de preocupação internacional", noticiou a Agência France Presse (AFP).
A decisão foi tomada dois dias depois que o vírus chegou a Goma, a primeira grande cidade atingida, que fica na fronteira com Ruanda e é um entroncamento importante da África Central.
A declaração permite à OMS alocar recursos e fundos adicionais para evitar uma propagação ainda maior da doença transmitida pelos líquidos e secreções do corpo, causa uma febre hemorrágica e pode levar à morte.
Mais de 1,6 mil pessoas morreram nesta que é a segunda pior epidemia de ebola registrada até hoje. A maior começou na Guiné, um país da África Ocidental, em dezembro de 2013, logo atingiu também a Libéria e Serra Leoa, e foi considerada sob controle em dezembro de 2015 depois de contaminar quase 27 mil pessoas e matar pouco mais de 11 mil.
A epidemia atual surgiu no Congo em agosto de 2018 no Nordeste do Congo, onde o país faz fronteira com Ruanda e Uganda. O Congo ainda não se recuperou da chamada Primeira Guerra Mundial Africana (1997-2002), em que se estima que cinco milhões de pessoas morreram em combate, de fome ou por doenças provocadas pelo conflito.
Por causa de problemas logísticos e de ataques de milícias locais contra médicos e agentes de saúde, o desafio de conter a epidemia de ebola no Congo será maior do que na África Ocidental.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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