terça-feira, 9 de julho de 2019

Hong Kong luta pela democracia na China


Em meio a uma onda de manifestações de protesto, a governadora de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou hoje a retirada do projeto de lei para permitir a extradição de residentes no território para a China e Taiwan. Ele havia suspendido a tramitação. Agora, aparentemente, enterrou a proposta de vez.

Os manifestantes, que inicialmente pediam apenas a retirada do projeto, passaram a exigir a renúncia da governadora, nomeada pelo governo central em Beijim. Os protestos são um desafio à autoridade do Partido Comunista e do ditador Xi Jinping, que nos últimos anos tornou o regime ainda mais autoritário e opressivo.

Os residentes de Hong Kong não têm a menor intenção de viver numa ditadura de partido único como a da China. O regime comunista, por sua vez, teme que o movimento pela democracia em Hong Kong atravesse a fronteira e atinja o país como um todo.

Como observou nesta semana o colunista Gideon Rachman, do jornal inglês Financial Times, tudo o que se sabe sobre Xi Jinping indica que ele está mais disposto a usar a força para esmagar os dissidentes do território do que aceitar um desafio permanente ao poder absoluto do partido.

“Um fantasma ronda a China, o espectro da democracia”, disse o colunista reescrevendo a frase de Karl Marx e Friedrich Engels na abertura do Manifesto Comunista, em 1848.

Se Xi enviar tropas para Hong Kong, vai acabar com a autonomia relativa do território e a promessa feita ao Reino Unido de manter o sistema capitalista liberal em Hong Kong por 50 anos a partir da devolução da colônia, em 1997. Meu comentário:

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