Em meio a uma onda de manifestações de protesto, a governadora de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou hoje a retirada do projeto de lei para permitir a extradição de residentes no território para a China e Taiwan. Ele havia suspendido a tramitação. Agora, aparentemente, enterrou a proposta de vez.
Os manifestantes, que
inicialmente pediam apenas a retirada do projeto, passaram a exigir a renúncia
da governadora, nomeada pelo governo central em Beijim. Os protestos são um
desafio à autoridade do Partido Comunista e do ditador Xi Jinping, que nos últimos
anos tornou o regime ainda mais autoritário e opressivo.
Os residentes de Hong
Kong não têm a menor intenção de viver numa ditadura de partido único como a da
China. O regime comunista, por sua vez, teme que o movimento pela democracia em
Hong Kong atravesse a fronteira e atinja o país como um todo.
Como observou nesta
semana o colunista Gideon Rachman, do jornal inglês Financial Times, tudo o que
se sabe sobre Xi Jinping indica que ele está mais disposto a usar a força para
esmagar os dissidentes do território do que aceitar um desafio permanente ao
poder absoluto do partido.
“Um fantasma ronda a
China, o espectro da democracia”, disse o colunista reescrevendo a frase de
Karl Marx e Friedrich Engels na abertura do Manifesto Comunista, em 1848.
Se Xi enviar tropas para
Hong Kong, vai acabar com a autonomia relativa do território e a promessa feita
ao Reino Unido de manter o sistema capitalista liberal em Hong Kong por 50 anos
a partir da devolução da colônia, em 1997. Meu comentário:
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