domingo, 7 de julho de 2019

Conservadores vencem eleições pós-crise na Grécia

Com a promessa de cortar impostos e estimular o crescimento econômico, o partido conservador Nova Democracia venceu hoje as primeiras eleições pós-crise na Grécia. O novo primeiro-ministro será Kyriakos Mitsotakis.

De acordo com a pesquisa de boca de urna, os conservadores receberam entre 38% e 42% dos votos, superando o partido Syriza (Coligação da Esquerda Radical), do primeiro-ministro Alexis Tsipras, que ficou com 26,5% a 30,5% dos votos.

Tsipas chegou ao poder em 2015 com uma proposta radical de enfrentar os credores e a chama troika formada pelo Grupo do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que impuseram um duríssimo programa de ajuste fiscal à Grécia.

A crise grega estourou em 2009, durante a Grande Recessão, quando foi revelado que o governo havia mentido sobre os verdadeiros dados sobre déficit e a dívida pública, e o país não teve mais condições de renegociar seus títulos da dívida no mercado. A dívida, de quase 300 bilhões de euros, era 11% maior do que admitira o governo.

Entre 2004 e 2009, o produto interno bruto cresceu cerca de 40% e a arrecadação de impostos 31%, enquanto as despesas públicas aumentaram 87%, gerando o problema fiscal que explodiu com a crise internacional. De 2010 a 2016, a Grécia aumentou impostos e cortou gastos públicos 12 vezes e renegociou um corte de 50% na dívida em mãos de bancos privados.

O PIB da Grécia caiu 26% de 2008 a 2014 e a renda média por habitante, 24%. A dívida pública chegou a 177% do PIB. O desemprego subiu de 10% para 25%, jogando 44% da população na miséria.

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