sábado, 21 de julho de 2018

Equador deve expulsar Assange da embaixada em Londres

Depois de quase seis anos, o Equador se prepara para acabar com o asilo diplomático do fundador do WikiLeaks, Julian Assange. Ele deve ser expulso da embaixada equatoriana em Londres, talvez na próxima semana, e ser entregue às autoridades do Reino Unido

Em 2006, Assange, um programador de computadores australiano, criou o WikiLeaks, uma empresa dedicada a piratear arquivos confidencias e informações sigilosas de governos e empresas para expor publicamente suas ações supostamente irregulares.

Quatro anos depois, o WikiLeaks revelou arquivos secretos dos Estados Unidos sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque, e mais de 250 mil documentos sigilosos do Departamento de Estado.

No mesmo ano de 2010, os EUA abriram uma investigação criminal e a Suécia emitiu um mandado de prisão pan-europeu para interrogar Assange por supostos crimes sexuais que ele teria cometido no país. Era acusado de estupro por forçar uma mulher a manter relações sexuais e de transar sem camisinha com outra.

Assange sempre alegou que os crimes sexuais eram uma desculpa da Suécia para prendê-lo e entregá-lo aos EUA. Em 7 de dezembro de 2010, ele se entregou às autoridades britânicas e foi libertado sob fiança para responder em liberdade ao processo de extradição para a Suécia.

O mandato de prisão pan-europeu parte do princípio de que toda pessoa terá direito a um julgamento justo em qualquer dos 28 países da União Europeia, uma vez que todos são democracias. Assim, a tendência é conceder a extradição se os delitos da acusação forem crimes no país onde o suspeito está.

Quando ficou claro que perderia, em agosto de 2012, Assange pediu asilo político em Londres à Embaixada do Equador, na época governado pelo esquerdista Rafael Correa, aliado do caudilho venezuelano Hugo Chávez.

Durante a campanha eleitoral de 2016 nos EUA, Assange divulgou várias séries de mensagens de correio eletrônico de um servidor privado usado irresponsavelmente pela candidata democrata Hillary Clinton quando era secretária de Estado, no primeiro governo Barack Obama (2009-13). Foi acusado de receber material de pirataria cibernética dos serviços da Rússia, que queria a eleição de Donald Trump.

Mais uma vez, negou tudo. Alegou ser contra Hillary por entender que suas políticas levariam a uma nova guerra mundial. Mas não afastou a suspeita de colaboração com a ditadura sinistra de Vladimir Putin.

Em 19 de maio de 2017, a procuradoria da Suécia encerrou o inquérito e revogou o mandado de prisão europeu. Assange não saiu da embaixada para não ser preso por violar os termos de sua liberdade condicional. Agora, aos 47 anos, está chegando a hora de enfrentar a realidade.

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