O Ministério do Exterior da Coreia do Norte chamou hoje de "lamentável" a exigência dos Estados Unidos de uma desnuclearização total e unilateral como precondição para as negociações entre os dois países. Assim, desmentiu o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que saiu de Pyongyang declarando que a visita foi "positiva".
Pompeo admitiu que há muito trabalho a ser feito, mas seu otimismo contrasta com o ceticismo do regime comunista norte-coreano, que descreveu a postura de negociação dos EUA como "gangsterista" e "cancerosa".
Depois da carta de intenções assinada pelo presidente Donald Trump e pelo ditador Kim Jong Un no histórico encontro de cúpula de 12 de junho, em Cingapura, os negociadores dos dois países precisam começar a discutir os detalhes técnicos da desnuclearização e do regime de inspeções para fiscalizar um possível acordo. As indicações neste momento não são favoráveis.
Enquanto os EUA exigem uma "desnuclearização completa, irreversível e verificável", a Coreia do Norte amplia suas instalações nucleares. É um sinal de que pretende manter sua capacidade nuclear ou ao menos ganhar tempo e arrastar as negociações com avanços e recuos como em ocasiões anteriores.
As exigências de segurança da Coreia do Norte para abrir mão de suas armas atômicas também são desconhecidas. Se incluírem a retirada total dos 28,5 mil soldados americanos estacionados na Coreia do Sul, os EUA não aceitarão.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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