O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) anunciou um cessar-fogo depois de ser alvo de um intenso bombardeio da Força Aérea de Israel na Faixa de Gaza, em resposta a franco-atiradores palestinos que mataram um soldado israelense. Pelo menos quatro palestinos morreram.
“Neste momento, nossos aviões estão realizando amplos ataques contra alvos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza”, anunciou a Força de Defesa de Israel no início da noite pela hora local, justificando o bombardeio como resposta a “um incidente sério de tiros contra nossas forças”.
Pelo menos 15 alvos foram atacados, inclusive “o quartel-general da brigada do Hamas em Zeiteon”, que os militares israelenses afirmam ter destruído junto com “depósitos de armas e munições, campos de treinamento, postos de observação, centros de controle e comando e os escritórios do comandante da brigada”.
Durante os ataques, o alarme antiaéreo soou em comunidades israelenses próximas à fronteira na Faixa de Gaza. Ao menos dois foguetes foram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea Domo de Ferro. Outro caiu em campo aberto.
O bombardeio em grande escala do início da noite foi a segunda onda de ataques aéreos. No primeiro, a aviação israelense atingiu oito alvos e matou pelo menos quatro militantes do braço armado do Hamas.
Em meio à operação, o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu foi pessoalmente ao Ministério da Defesa, onde se reuniu com o ministro Avigdor Lieberman e o alto comando para avaliar a situação.
A morte do soldado israelense por um franco-atirador palestino na fronteira de Gaza em meio à Marcha do Retorno, convocada pelo Hamas para negar a legitimidade Israel, foi considerada pelo governo Netanyahu “o incidente mais sério” em Gaza desde a guerra de 2014 contra o próprio Hamas.
Desde então, o comandante da Força de Defesa de Israel, general Gadi Eizenkot, faz questão de manter a prontidão para dar “quaquer resposta que seja necessária”, declarou o porta-voz da FDI, Ronen Manelis, acrescentando que não há intenção de ir à guerra, mas não está descartada uma operação terrestre, uma invasão a Gaza.
Mesmo sem querer uma guerra aberta, Israel e o Hamas podem estar marchando para uma, adverte a empresa de consultoria e análise estratégica americana Stratfor. Afinal, o conflito com o Hamas é uma ameaça permanente a Israel. Já provocou guerras, batalhas e escaramuças. Deter o Hamas é um desafio permanente..
No fim de semana passado, houve uma batalha com bombardeios aéreos israelenses em resposta a foguetes do Hamas. O conflito é aguçado pela situação econômica catastrófica na Faixa de Gaza, onde vivem 2,2 milhões de palestinos, que ficou ainda pior com a redução da ajuda dos Estados Unidos e do Catar.
Essa situação explosiva incitou as milícias palestinas do Hamas, da Jihad Islâmica para a Libertação da Palestinos e de outros grupos a lançar foguetes e bombas incendiárias contra o território israelense.
As manifestações tentam atrair a atenção do resto do mundo para a miséria de Gaza, mas o controle to território pelo Hamas desde 2007, depois de uma guerra civil palestina contra a Fatah, partido dominante na Autoridade Nacional Palestina, só agravou a tragédia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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