Como maior exportador mundial de soja, o Brasil pode se beneficiar da guerra comercial de Trump, embora de modo geral ela seja nociva à economia mundial. Pelos cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI), pode custar até meio ponto percentual a menos no crescimento da economia mundial.
A China é a maior importadora mundial de soja, com 60% do mercado. Compra 50% do Brasil e 40% dos EUA. A tarifa de 25% para retaliar as sobretaxas de Trump torna a soja brasileira, em princípio 20% mais cara, mais competitiva.
O Brasil produziu 113 milhões de toneladas de soja num ano e exportou 70 milhões. Com a demanda de 46,5 milhões de toneladas no mercado interno, não deve ter condições de atender plenamente ao aumento da procura chinesa. Mas a tendência a longo prazo favorece o Brasil, que pode aumentar a área cultivada e reduzir custos com melhora na infraestrutura, especialmente de transportes.
Com estoques de 20 milhões de toneladas de soja em grão e subsídio à produção doméstica nas províncias de Heilongjiang, Jilin e Liaoning, o governo chinês se prepara para a batalha da soja dentro da guerra comercial de Trump.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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