Em seu primeiro encontro de cúpula com o ditador Vladimir Putin, o presidente Donald Trump aceitou hoje, em Helsinque, na Finlândia, sua alegação de que a Rússia não interveio nas últimas eleições nos Estados Unidos, desautorizando as conclusões dos serviços secretos americanos.
Trump é suspeito de conluio com o Kremlin para derrotar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton na corrida à Casa Branca em 2016. Mais uma vez, ele preferiu acusar a oposição democrata e os meios de comunicação de não aceitar sua vitória.
“Não vejo qualquer razão” para a interferência russa, afirmou o presidente, chamando de “ridículo o que está acontecendo no inquérito” presidido pelo procurador especial Robert Mueller, que na semana passada denunciou 12 agentes do serviço secreto militar russo GRU por invadir computadores da direção nacional do Partido Democrata e do sistema eleitoral dos EUA.
“Eles dizem que foi a Rússia. Eu tenho aqui o presidente Putin. Ele diz que não foi a Rússia. Não vejo a menor razão por que seria”, afirmou Trump. “Tenho grande confiança em meu pessoal de segurança, mas vou dizer a vocês que o presidente Putin foi extremamente forte e poderoso em sua negativa hoje.”
Para Trump, a investigação de Mueller é “um desastre para nosso país”. Sua calorosa acolhida a um rival histórico que tudo faz para minar o poder dos EUA no mundo contrasta com a postura agressiva com que o presidente tratou aliados americanos em reuniões recentes do Grupo dos Sete, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e durante a visita ao Reino Unido, onde desautorizou a primeira-ministra Theresa May e desrespeitou a rainha Elizabeth II.
Ex-agente da polícia política soviética, o KGB, e diretor de seu sucessor, o Serviço Federal de Segurança (FSB), Putin é mestre da espionagem e da manipulação psicológica dos inimigos políticos
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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