sábado, 28 de julho de 2018

Irmão de Daniel Ortega critica repressão na Nicarágua

O ex-ministro da Defesa da Nicarágua Humberto Ortega acusou hoje o presidente Daniel Ortega, seu irmão pela repressão violenta a uma onda de protestos de rua que já dura mais de três meses, com mais de 350 mortes. Ele criticou o uso de forças paramilitares e declarou que o Exército não pode tolerar a situação atual.

A acusação de Humberto Ortega ao próprio irmão em entrevista à televisão americana CNN é um sinal de que a base de sustentação do presidente está rachando. Desde o início dos protestos, inicialmente contra uma reforma da Previdência e depois exigindo a queda do governo por causa das mortes, o Exército se recusa a participar diretamente da repressão.

O governo Ortega tem usado a polícia e forças paramilitares. Na segunda-feira, uma estudante brasileira de medicina, Raynéia Gabrielle Lima, que não participava dos protestos, foi metralhada num bairro nobre de Manágua, a capital nicaraguense, onde paramilitares estariam protegendo membros do partido governista, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). O governo prendeu ontem um segurança particular e o acusou pelo crime.

Cinquenta e nove anos depois da vitória da Revolução Sandinista sobre a ditadura de Anastasio Somoza, Daniel Ortega é o novo Somoza e seu irmão, um dos nove comandantes que tomaram o poder em julho de 1979, não aceita a situação atual.

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