Durante uma reunião de cúpula da União Europeia e da Rússia, o presidente Vladimir Putin confirmou hoje em Ekaterimburgo que seu país ainda não entregou à Síria os sistemas avançados de defesa antiaérea com mísseis S-300, capazes de inibir uma intervenção militar na guerra civil síria. O homem-forte da Rússia advertiu que uma invasão tornaria a situação ainda pior.
Putin defendeu o negócio fechado anos atrás alegando que não contraria o direito internacional por se tratar de um governo soberano, ignorando o argumento de que o ditador Bachar Assad perdeu legitimidade ao atacar seu próprio povo. A Síria abriga a única base militar russa no Mar Mediterrâneio, que Putin não quer perder.
Após visita recente à Síria, o senador americano John MacCain, candidato derrotado pelo presidente Barack Obama na eleição de 2008, afirmou que o regime ditatorial virou o jogo e está vencendo a guerra civil com a ajuda da Rússia, do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
Na semana passada, em entrevista à televisão do Hesbolá, declarou já ter recebido os mísseis. Israel ameaça destruí-los sob a alegação de que podem mudar o equilíbrio de forças no Oriente Médio. A Força Aérea israelense bombardeou a Síria pelo menos duas vezes neste ano, supostamente para destruir armas, e destruiu um reator nuclear sírio em construção, em 6 de setembro de 2007.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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