O controlador-geral da República Bolivarista da Venezuela, Elvis Amoroso, aliado do ditador Nicolás Maduro, decidiu hoje afastar o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó da Presidência da Assembleia Nacional e declará-lo inelegível por 15 anos, sob a acusação de corrupção.
De acordo com Amoroso, Guaidó não justificou em suas declarações de renda despesas realizadas na Venezuela e em outros países com dinheiro oriundo de outros países: "Ele fez mais de 24 viagens fora do território venezuelano a um custo superior a 310 milhões de bolívares [cerca de US$ 90 mil pelo câmbio do dia] sem justificar a origem destes fundos".
Como presidente da Assembleia Nacional eleita nas últimas eleições democráticas na Venezuela, em 6 de dezembro de 2015, Guaidó se declarou presidente interino em 23 de janeiro, sob a alegação de que o segundo mandato de Maduro é ilegítimo por ter resultado de uma eleição fraudulenta.
Mais de 50 países reconheceram Guaidó como presidente legítimo, inclusive o Brasil e outros 12 países da América Latina, os Estados Unidos, o Canadá e 16 das 28 nações da União Europeia. A China e a Rússia apoiam a ditadura de Maduro.
Nos últimos dias, a Rússia enviou aviões militares com cerca de soldados e equipamentos. Eles devem ajudar na segurança pessoal de Maduro e da cúpula do regime, tentando evitar um golpe dentro do chavismo. O presidente dos EUA, Donald Trump, exigiu a retirada imediata dos russos.
Com a queda à metade do produto interno bruto desde a posse de Maduro, há seis anos, uma inflação de 1.000.000% ao ano em 2018 e desabastecimento generalizado, 94% dos venezuelanos vivem na miséria e 24% (7 milhões) precisam de ajuda humanitária, revelou hoje um relatório das Nações Unidas.
Cerca de 3,7 milhões sofrem de desnutrição. Há surtos de doenças como tuberculose, difteria, malária e hepatite A, principalmente por causa da escassez de água potável. Com quedas frequentes na energia elétrica, Caracas e outras cidades ficam no escuro seguidamente. Em média, 5 mil pessoas fogem da Venezuela a cada dia. Mais de 4 milhões deixaram o país nos últimos anos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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