Depois de perder duas eleições presidenciais que venceu no voto popular, em 2000 e 2016, o Partido Democrata tenta superar o Colégio Eleitoral criado pela Constituição dos Estados Unidos.
O governador do Colorado, Jared Polis, é o 12º a sancionar uma lei para que os votos eleitorais de seu estado vão para o vencedor do voto popular em nível nacional, noticiou o boletim de notícias The Hill.
O Distrito de Colúmbia, onde fica Washington, a capital do país, também aderiu ao Compacto Interestadual pelo Voto Popular Nacional. Até agora, participam 12 estados e o distrito federal, somando um total de 181 votos eleitorais.
Como a maioria absoluta no Colégio Eleitoral é de no mínimo 270 votos, ainda faltam 89. Talvez não seja possível mudar a regra do jogo até 2020, mas os governadores democratas esperam ter apoio suficiente em 2024, especialmente se Donald Trump for reeleito.
No ano 2000, Albert Gore Jr. teve cerca de 500 mil votos a mais do que George Walker Bush, que ganhou no Colégio Eleitoral por 271 a 266 graças a uma vitória por apenas 537 votos no estado da Flórida quando a Suprema Corte suspendeu a recontagem de 45 mil votos de resultado duvidoso, que não puderam ser lidos por máquinas.
Em 2016, Hillary Clinton teve quase 3 milhões de votos a mais do que Trump, mas perdeu por 304 a 227 no Colégio Eleitoral por ter sido derrotadas por pequenas margens em estados-chaves como Michigan, Ohio e Pensilvânia.
"Se tivéssemos os candidatos a presidente fazendo campanha no país inteiro e não apenas nos estados que podem oscilar para um lado ou outro, veríamos maior participação. Penso que isso seria bom e saudável para o processo eleitoral", declarou o deputado estadual Emily Sirota, um dos autores do projeto de lei.
Todos os estados que fazem parte do compacto votaram em Al Gore e Hillary Clinton, menos o Colorado, que em 2000 elegeu George W. Bush. Outros 16 estados debatem projetos com o mesmo objetivo. Se Delaware, Maine, Nevada e Oregon aprovaram a medida, o total de votos eleitorais sobe para 206.
Os republicanos consideram a manobra inconstitucional. Como numa federação, cada estado tem o direito de organizar suas eleições, se o movimento avançar, a disputa deve chegar à Suprema Corte.
Para mudar a Constituição, são necessários dois terços dos votos na Câmara e no Senado e a ratificação por 75% dos estados. Como os estados pequenos ganham um poder maior com o Colégio Eleitoral, é altamente improvável, que mudem uma regra que favoreceria os estados com maior população, como Califórnia, Texas, Nova York e Flórida.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 5 de março de 2019
Estados democratas se articulam para superar o Colégio Eleitoral
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