Depois de 58 horas, o Paquistão entregou à Índia o comandante Abhinandan Varthaman, capturado quando seu avião foi abatido durante uma batalha aérea na região da Caxemira, noticiou o jornal indiano Hindustan Times. A libertação aliviou a tensão entre os dois países, que são potências nucleares.
Centenas de pessoas o esperavam do outro lado da fronteira 11 horas atrás, por volta das 21h pelo horário local. O piloto de 38 anos, comandante de um esquadrão aéreo, foi submetido a exames médicos. Ele foi obrigado a ejetar o assento quando seu caça MiG-21, de fabricação russa, foi atingido perto de "linha de controle" entre os dois países.
Ao anunciar a libertação ontem, o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, descreveu sua decisão como "um gesto de paz".
A Força Aérea da Índia invadiu o espaço aéreo do Paquistão pela primeira vez desde 1971, 48 anos atrás, em retaliação a um atentado terrorista que matou 49 policiais militares indianos na Caxemira em 14 de fevereiro. O alvo do bombardeio aéreo foi um acampamento do grupo terrorista Jaish-e-Mohamed (Exército de Maomé), que assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Desde a independência do Império Britânico e da divisão do país, a Índia e o Paquistão disputam a soberania sobre a região da Caxemira. Em 1947, o marajá que a governava, Hari Singh, decidiu aderir à Índia, apesar da maioria da população ser muçulmana.
O Paquistão nunca aceitou isso. Reivindica a realização de um plebiscito sob supervisão internacional. A Índia rejeita o pedido e trata a questão como um assunto interno. Desde 1989, uma revolta muçulmana iniciou um conflito armado contra a dominação indiana. O atentado de 14 de fevereiro foi o pior contra as forças de segurança da Índia nesses 30 anos de luta.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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