A primeira-ministra Theresa May pediu hoje oficialmente o adiamento por três meses da saída do Reino Unido da União Europeia para que ocorra de "maneira ordenada". Acrescentou que não é de interesse do país nem do bloco europeu a participação britânica nas eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para maio.
O Conselho Europeu, formado pelos líderes dos países da UE, começa a discutir o pedido em reunião de cúpula nesta quinta-feira e na sexta-feira. Sua aprovação exige unanimidade.
Como o presidente da Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, deputado John Bercow, vetou uma terceira votação sobre o acordo negociado por May com a UE, a expectativa é que o problema não esteja resolvido em três meses. No caso de um adiamento por prazo maior, o Reino Unido teria de realizar eleições para o Parlamento Europeu.
Na carta ao presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro polonês Donald Tusk, May pediu que a UE confirme as mudanças acertadas na renegociação do acordo para que possa apresentar sua proposta como diferentes das duas anteriores, rejeitadas no Palácio de Westminster. Mas são pequenos detalhes que, na opinião do presidente da Câmara, não representam uma mudança substancial.
May admite que este processo não será concluído até 29 de março, a data inicialmente prevista para a Brexit (saída britânica).
O principal negociador da UE, o ex-ministro francês Michel Barnier, declarou que para aprovar o adiamento o bloco europeu quer um plano claro do que o Reino Unido pretende fazer para resolver o impasse.
A saída da UE terá um forte impacto econômico negativo para o país. Só as empresas financeiras devem transferir US$ 1 trilhão de Londres, hoje o principal centro financeiro da Europa, para o continente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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