Durante o segundo encontro de cúpula entre o presidente Donald Trump e o ditador Kim Jong Un, a Coreia do Norte estava reconstruindo uma base de testes de mísseis e sua plataforma de lançamento, noticiou o jornal The Washington Post.
A obra na base de Tongchang-ri, oficialmente um centro de lançamento de satélites, começou entre 16 de fevereiro e 2 de março, de acordo com as imagens de satélite. O encontro Trump-Kim foi realizado em 27 e 28, em Hanói, no Vietnã.
Aumenta a suspeita de que a ditadura comunista norte-coreana não tem a intenção de abrir mão totalmente das armas nucleares e da tecnologia de mísseis que levou décadas para desenvolver.
No discurso do regime stalinista de Pyongyang, a base de Tongchang-ri seria desmantelada sob a fiscalização de inspetores internacionais. Deveria ser um sinal de boa fé nas negociações.
Em Hanói, ao se retirar para pressionar os norte-coreanos, Trump afirmou que Kim lhe havia prometido não retomar os testes nucleares e de mísseis. Neste sentido, qualquer atividade em bases de lançamento de mísseis será considerada uma provocação pelos EUA.
Tongchang-ri é a maior base de testes de mísseis da Coreia do Norte. Ela começou a ser desmantelada pouco depois do primeiro encontro dos dois líderes, em 12 de junho do ano passado, em Cingapura. O desmantelamento parou em agosto e agora a base está sendo reconstruída.
Era uma iniciativa unilateral para mostrar boa fé nas negociações. No momento, indica exatamente o contrário. As negociações estão em marcha à ré. O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, o linha-dura John Bolton, ameaçou aumentar as sanções à Coreia do Norte, se não cumprir a promessa de desnuclearização.
Na base de lançamento, um edifício para receber equipamentos, os trilhos de acesso e dois guindastes estão em ação. Ainda há muito material de construção espalhado no chão.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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