sexta-feira, 15 de março de 2019

Terrorista da Nova Zelândia é supremacista branco e critica Brasil multirracial

O australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, responsável pelo pior ataque terrorista da história da Nova Zelândia, com 49 mortos e 48 feridas hoje em Christchurch, publicou um manifesto na Internet declarando ser "etnonacionalista e fascista", e transmitiu a ação ao vivo no Facebook. 

Admirador do presidente Donald Trump, o terrorista descreveu-se como "um homem branco comum, da uma família comum" da classe trabalhadora e de baixa renda, de origem europeia.

"As origens da minha língua são europeias, minha cultura, minhas crenças filosóficas, minha identidade é europeia e, mais importante, meu sangue é europeu", vangloriou-se o assassino patológico, descendente de escoceses, ingleses e irlandeses.

Tarrant transmitiu o massacre ao vivo no Facebook, que já retirou as imagens da rede. No manifesto de 74 páginas, revelou ter planejado o ataque durante dois anos. Sua intenção era amedrontar os candidatos a imigrantes para o que chamou de "terras europeias"e "mostrar aos invasores que nossas terras nunca serão deles enquanto um homem branco viver e que eles nunca irão nos substituir."

Sob o subtítulo Diversidade é fraqueza, ele citou o Brasil no manifesto como exemplo do fracasso de sociedades multiculturais, locais de "conflito social, político, religioso e étnico": "O Brasil, com toda a sua diversidade racial, está completamente fraturado como nação, as pessoas não se dão umas com as outras, se separam e se segregam sempre que possível."

O atentado foi inspirado pelo livro A Grande Substituição, do escritor francês Renaud Camus, que em 2012 apoiou a candidata neofascista Marine Le Pen, da Frente Nacional, hoje Reunião Nacional. Em sua teoria conspiratória, ele imagina que a Europa será dominada por imigrantes de outras origens étnicas e religiões.

"Diariamente, nós [brancos] nos tornamos menos numerosos" por causa da queda nas taxas de natalidade, em contraste com "as altas taxas de fertilidade dos imigrantes", argumentou o terrorista. Isso terminaria por "uma completa substituição racial e cultural dos povos europeus".

Outras inspirações foram o terrorista inglês Darren Osborne, que atacou um centro de acolhimento a muçulmanos em Londres em 2017, matando uma pessoa e ferindo outras novas, e foi condenado à prisão perpétua, e o norueguês Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas em ataques na Noruega em 2011.

O manifesto e a transmissão do ataque ao vivo tiveram a clara intenção de estimular atentados não só contra muçulmanos, mas também contra o multiculturalismo e os defensores da globalização.

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