sexta-feira, 1 de março de 2019

Família Warmbier repudia elogios de Trump ao ditador da Coreia do Norte

A família do estudante americano Otto Warmbier, que morreu depois de ficar preso um ano e cinco meses na Coreia do Norte, onde foi torturado, repudiou a declaração do presidente Donald Trump elogiando Kim Jong Un e alegando que o ditador não sabia de nada.

Fred e Cindy Warmbier, pais do estudante morto, declararam que foram "respeitosos" durante o encontro de cúpula entre os dois líderes, mas "nenhuma desculpa ou elogio vai mudar" o fato de que "Kim e seu regime diabólico" mataram seu filho, noticiou a televisão pública britânica BBC.

Otto Warmbier foi detido em Pyongyang sob a acusação de roubar um cartaz de propaganda da ditadura comunista norte-coreana em janeiro de 2016. Condenado a 15 anos de trabalhos forçados, foi solto em junho de 2017 e devolvido aos Estados Unidos em estado vegetativo. Ele morreu dias depois, em Cincinnati, no estado de Ohio, onde morava.

Durante entrevista em Hanói, no Vietnã, no fim do encontro de cúpula fracassado, Trump afirmou: "Ele me disse que não sabia de nada e acreditei em sua palavra." Em entrevista ao canal de notícias Fox News, que o apoia incondicionalmente, o presidente dos EUA chamou o ditador de "afiado" e "verdadeiro líder".

"Algumas pessoas dizem que eu não deveria gostar dele", disse Trump ao apresentador Sean Hannity, um dos maiores defensores do presidente nos meios de comunicação dos EUA. "Por que eu não deveria gostar dele? Ele é um personagem. Ele é uma verdadeira personalidade. Ele é muito inteligente."

Hannity defendeu a posição de Trump de se retirar das negociações, comparando ao que fez o então presidente Ronald Reagan com o líder soviético Mikhail Gorbachev nos anos 1980s, nas conversações que levaram ao fim da Guerra Fria.

Trump tem uma paixão indiscreta por ditadores sanguinários como Kim, o chinês Xi Jinping, o russo Vladimir Putin e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed ben Salman, acusado pelo assassinato brutal e cruel do jornalista Jamal Khashoggi, que vivia nos EUA.

Nenhum comentário: