sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Xi Jinping deve usar Congresso do PC para consolidar poder na China

O personalismo político do dirigente supremo, Xi Jinping, ameaça romper uma regra estabelecida depois do Massacre na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em 1989: cada líder supremo deve cumprir no máximo dois períodos de cinco anos como chefe do Partido Comunista e presidente do país.

Desde que Xi foi elevado a um dos principais líderes do PC, como MaoTsé-tung e Deng Xiaoping, cresce a especulação de que vai tentar prorrogar seu mandato como dirigente máximo além de 2022 no partido e 2023 na Presidência.

Todas as atenções se voltam para o 19º Congresso do PC, a ser realizado em outubro ou novembro de 2017. Em sua Conferência de Trabalho Econômica Central, ao escolher a "estabilidade econômica" como meta para o ano, o partido deixou claro que as reformas econômicas para sanear as empresas estatais, conter a especulação imobiliária e fortalecer o mercado interno ficarão em segundo plano.

O PC teme uma crise econômica capaz de abalar seu monopólio de poder. A China está irritada porque os Estados Unidos e a União Europeia não a reconhecem como uma economia de mercado 15 anos depois da entrada do país na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Uma verdadeira economia de mercado só pode prosperar num Estado de Direito, onde quem se sentir lesado possa acionar a Justiça para fazer valer seus direitos. No regime comunista chinês, como o partido está acima da lei, isso é impossível, observou Martin Wolf, principal comentarista econômico do jornal inglês Financial Times.

Assim, a meta é crescer acima de 6% neste ano. As consequências devem ser maior endividamento do setor público, mais fuga de capital e desvalorização do iuane, alimentando a guerra econômica que Trump ameaça travar com a superpotência ascendente, com impacto sobre o mundo inteiro.

Quando ligou provocativamente para a presidente de Taiwan, que o regime comunista chinês considera uma ilha rebelde, Trump cutucou o dragão, indicando que vai jogar duro para tentar reduzir o déficit com a China.

Por sua vez, os chineses capturaram um drone submarino dos EUA, num sinal de que não querem interferência de Washington em suas disputas territoriais com os países vizinhos no Mar do Sul da China. Em comércio, os chineses ameaçam taxar as importações americanos, se Trump impuser alguma sobretaxa. A indústria automobilística dos EUA é um alvo fundamental.

E ainda tem a questão da Coreia do Norte, determinada a desenvolver mísseis nucleares capazes de atingir o território americano. Uma agenda carregada para 2017.

Nenhum comentário: