O primeiro-ministro Manuel Valls anunciou hoje que vai entregar o cargo de chefe do governo amanhã ao presidente François Hollande para se dedicar exclusivamente à sua candidatura à Presidência da França em 2017. É uma esperança de uma candidatura forte de esquerda capaz de chegar ao segundo turno.
Em pronunciamento de 20 minutos, Valls se apresentou como um candidato pronto para enfrentar o autoritarismo da direita e da extrema direita no país e no mundo: "Quero uma França independente, inflexível em seus valores diante da China de Xi Jinping, da Rússia de Vladimir Putin, dos Estados Unidos de Donald Trump e da Turquia de Recep Erdogan."
Dentro do Partido Socialista, Valls é considerado um centrista com tendências econômicas liberais. Ele apelou cinco vezes para o artigo 49, inciso 3, da Constituição da França, uma medida de exceção para aprovar projetos de interesse do governo sem a necessidade de voto na Assembleia Nacional, inclusive a reforma trabalhista repudiada pelas grandes centrais sindicais.
Valls deverá disputar a eleição primária do PS, em 22 e 29 de janeiro, com vários candidatos mais à esquerda, entre eles o ex-ministro da Economia Arnaud Montebourg.
No momento, com a impopularidade do presidente François Hollande, que desistiu da reeleição, as pesquisas indicam sério risco de que o PS seja eliminado no primeiro turno, em 23 de abril de 2017. O ex-primeiro-ministro conservador François Fillon, do partido Os Republicanos, enfrentaria e venceria Marine Le Pen, da neofascista Frente Nacional, no segundo turno, em 7 de maio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Valls deixa governo para ser candidato na França
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