Um avião militar russo Tupolev Tu-154 desapareceu dos radares e caiu hoje no Mar Negro cerca de 20 minutos depois de decolar da cidade de Sóchi, na Rússia, com destino a Lataquia, o principal porto da Síria. O Kremlin descartou a possibilidade de terrorismo.
Vários corpos e restos do avião foram encontrados. Não há sinais de sobreviventes. O voo levava soldados, repórteres, oito tripulantes e 64 músicos da banda militar Alexandrov, mais conhecida como o Coral do Exército Vermelho. O grupo iria se apresentar para soldados russos que lutam na guerra civil da Síria ao lado da ditadura de Bachar Assad.
O presidente Vladimir Putin decretou luto nacional. O avião saíra de Moscou e fez escala em Sóchi para reabastecimento. Seus destroços foram encontrados a cerca de 1,5 quilômetros da costa a uma profundidade entre 50 e 75 metros.
Se for confirmado o acidente, será mais um sinal da decadência das Forças Armadas da Rússia numa época em que Putin usa a indústria bélica para reposicionar o país como potência mundial.
Em 12 de agosto de 2000, uma explosão a bordo afundou o submarino Kursk matando os 118 marinheiros a bordo. Em 2016, um porta-aviões russo que foi reforçar o apoio ao ditador da Síria, Bachar Assad, teve de ser rebocado no Mar Mediterrâneo.
Não admira que Putin tenha prometido, em entrevista coletiva de fim de ano, modernizar o arsenal nuclear russo. Seu suposto futuro amigo Donald Trump, presidente eleito dos EUA, reagiu imediatamente, relançando pelo menos no discurso a corrida armamentista da Guerra Fria.
A China, a verdadeira superpotência em ascensão capaz de superar os EUA economicamente em futuro próximo, com consequências em todas as áreas, propôs a abolição de todas as armas nucleares. Obama disse o mesmo anos atrás, mas ninguém acredita que isso aconteça.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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