quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Quase 5 mil migrantes morreram no Mediterrâneo em 2016

A crise dos migrantes e refugiados das guerras no Oriente Médio saiu das manchetes, mas continua matando. Desde o início do ano, o total de mortos em naufrágios no Mar Mediterrâneo chegou a 4.752, enquanto 175 mil conseguiram realizar a travessia.

O problema foi discutido mais uma vez hoje em Bruxelas pelos líderes da União Europeia, sem que tenha sido encontrada uma solução. Na discussão sobre de quem é a culpa pela tragédia humanitária, a agência europeia de patrulhamento de fronteiras Frontex acusou organizações não governamentais como Save the Children (Salve as Crianças) e Médicos sem Fronteiras (MsF) de estimular o tráfico humano por atuarem muito perto da costa da Líbia.

Em muitos casos, os traficantes embarcam os refugiados e migrantes em embarcações precárias, avisam as guardas costeiras europeias e as ONGs e abandonam seus passageiros em pleno mar.

Desde a morte de mais de mil pessoas numa semana, a UE mudou de atitude e passou a tentar resgatar ativamente as embarcações à deriva e os náufragos. Neste ano, o total de mortos aumentou 25%, mas não sensibilizou os europeus. Há uma rejeição generalizada a imigrantes e refugiados, especialmente muçulmanos, vistos como terroristas em potencial.

Na Alemanha, que recebeu quase 1 milhão de refugiados, a medida abalou a popularidade da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel e provocou a criação de um novo partido de ultradireita, Alternativa para a Alemanha, contrário à política de migração e à união monetária europeia. Outros governos, sob a pressão de populistas de extrema direita, se recusam a aceitar uma cota de refugiados proporcional à população.

Mais de 5 milhões de pessoas fugiram da Síria por causa da guerra civil deflagrada pelo regime terrorista de Bachar Assad contra seu próprio povo. A vitória na Batalha de Alepo, com o apoio da Rússia, do Irã e de milícias xiitas iranianas, iraquianas e libanesas, pode ser o inicio do fim da guerra. Como o ditador foi o principal responsável pela matança e a maioria da população síria é sunita, justamente o alvo das forças governistas, o fim da fuga para a Europa é improvável.

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