sábado, 24 de dezembro de 2016

Governo de Israel rejeita resolução da ONU condenando colônias

Depois de acusar o governo Barack Obama de abandonar Israel no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou a resolução aprovada ontem e prometeu trabalhar com o futuro governo Donald Trump nos Estados Unidos para "anular os efeitos negativos" da decisão, que chamou de absurda.

Pela primeira vez desde a ocupação da Cisjordânia, inclusive o setor oriental de Jerusalém, e da Faixa de Gaza na Guerra dos Seis Dias, em 1967, os Estados Unidos não vetaram um projeto de resolução condenando Israel.

Com a abstenção de Washington, a medida foi aprovada por 14 a 0. Ao defender a posição americana, a embaixadora na ONU, Samantha Power, afirmou que a expansão das colônias judaicas na Cisjordânia mina a segurança de Israel e a possibilidade de uma paz com a coexistência de dois países, um árabe e um judaico, no território histórico da Palestina.

Obama tomou a decisão depois de sucessivos boicotes da direita israelense ao processo de paz iniciado em outubro de 1991 na Conferência de Madri.Os acordos de Oslo foram negociados pelo Partido Trabalhista israelense, de esquerda.

O partido Likud, de Netanyahu, sempre tratou de adiar as negociações alegando que os palestinos não são parceiros confiáveis e ao mesmo tempo ampliou as colônias para criar uma política de fato consumado.

Durante o atual governo dos EUA, o secretário de Estado, John Kerry, tentou várias vezes retomar o processo de paz, mas Netanyahu nunca aceitou a exigência palestina de congelar a colonização como precondição para negociar a paz. O governo direitista de Israel insiste em negociar sem precondições. É uma manobra protelatória para não levar a lugar nenhum.

Nos últimos anos, entraram para o governo israelense partidos defensores dos colonos que querem simplesmente anexar a Cisjordânia. Seria o fim do sonho de uma Palestina independente e um pesadelo para a democracia em Israel, que em poucos anos teria uma população de maioria árabe.

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