Israel confirmou ontem ter bombardeado um aeroporto militar de Damasco próximo do palácio do ditador Bachar Assad. O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, declarou que o objetivo é impedir que a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) obtenha armas de destruição em massa.
Foi o segundo ataque aéreo em sete dias. O Hesbolá é a principal força terrestre aliada ao Exército da Síria que guerra civil que matou mais de 400 mil pessoas nos últimos cinco anos e meio.
Durante um encontro com diplomatas da União Europeia para discutir a paz no Oriente Médio, Lieberman, um linha-dura, afirmou que "estamos, antes de mais nada, fazendo esforços para manter a segurança de nossos cidadãos, proteger nossa soberania e tentar impedir o contrabando de armas sofisticadas, equipamentos militares e armas de destruição em massa da Síria para o Hesbolá."
Lieberman reafirmou que Israel não pretende intervir na guerra civil síria. Desde o início do conflito, Israel respondeu a todos os ataques, intencionais ou não, vindos do outro lado da fronteira, e fez vários bombardeios aéreos, sempre com a intenção de destruir armas e equipamentos supostamente destinados à milícia xiita libanesa.
Quando a Rússia interveio na guerra civil, a partir de 30 de setembro de 2015, e instalou sistemas de defesa antiaérea de última geração na Síria, o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu foi a Moscou negociar uma acomodação com o presidente Vladimir Putin para que a Força Aérea de Israel não corra risco de ter aviões abatidos. Como a Rússia tenta se reafirmar como potência no Oriente Médio e Israel é a maior potência militar regional, algum acerto houve.
Na semana passada, aviões de guerra de Israel bombardearam a Zona Oeste da capital síria. A mídia árabe revelou que o alvo foi um comboio destinado ao Hesbolá.
Nesta semana, para proteger seus pilotos, Israel disparou mísseis terra-terra de dentro dos territórios palestinos ocupados contra o aeroporto militar Mezze, em Damasco. Houve várias explosões no alvo. A televisão árabe Al-Arabiya reportou vários incêndios.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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