A Justiça da Alemanha ofereceu hoje uma recompensa de 100 mil euros (R$ 347 mil) por informações sobre o tunisiano Anis Amri, de 24 anos, principal suspeito de ser o responsável pela atentado terrorista em que um caminhão foi jogado contra uma feira de Natal no centro de Berlim, matando 12 pessoas e ferindo outras 48.
Um documento de Amri foi encontrado no caminhão usado no ataque. As autoridades alemãs tentaram deportá-lo. Não conseguiram porque a Tunísia não o reconheceu como cidadão do país. É mais um exemplo das dificuldades da Alemanha para deportar candidatos a asilo que tiveram seus pedidos rejeitados.
Dentro da cabine do caminhão, a polícia encontrou um cidadão polonês morto. Provavelmente seja o motorista do caminhão, que levava uma carga de vigas de aço.
Com o influxo maciço de refugiados do Grande Oriente Médio, que inclui Afeganistão e Paquistão, o risco para a segurança aumentou muito. O atentado abala a candidatura à reeleição da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, que adotou uma política de braços abertos, honrando as tradições da Europa e da Alemanha de acolher refugiados de guerra depois da Segunda Guerra Mundial.
Os serviços secretos europeus advertem que a onda de refugiados cria oportunidades para organizações terroristas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante infiltrarem milicianos no continente europeu. Com a rejeição ao fluxo migratório e a discriminação a muçulmanos, fica mais fácil para grupos terroristas aliciarem marginalizados.
Amri entrou na Alemanha em julho de 2015 e estava na lista de suspeitos de ligação com extremistas muçulmanos. Seu pedido de asilo foi rejeitado em junho de 2016. Ele não foi deportado porque não tinha um passporte válido. O Ministério Público o investigou pela suspeita de planejar "um crime grave de ameaça ao Estado".
Depois de passar por várias cidades alemãs, ele se mudou para Berlim em fevereiro deste ano. Hoje há um notório aumento do policiamento na capital alemã. As mais de 60 feirinhas de Natal da cidade voltaram a funcionar.
O jornal alemão Süddeutsche Zeitung, de Munique, revelou que Amri esteve em contato com Abu Walaa, que recrutaria extremistas muçulmanos para lutar pelo Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
A Tunísia foi o único país onde a Primavera Árabe levou a uma democratização do país, mas a instabilidade política impediu a recuperação da economia. Dois ataques terroristas atribuídos ao Estado Islâmico em 2015 abalaram o setor de turismo, afugentando os visitantes estrangeiros.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Alemanha oferece 100 mil euros por suspeito do ataque a Berlim
Marcadores:
Abu Walaa,
Alemanha,
Anis Amri,
Berlim,
Estado Islâmico do Iraque e do Levante,
feira,
Jihadismo,
Natal,
suspeito,
Terrorismo,
Tunísia,
tunisiano
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário